Membro das Farc é solto na Venezuela e irá negociar paz em Cuba

A Justiça da Venezuela libertou o colombiano Guillermo Enrique Torres Cueter, conhecido como Julián Conrado. O membro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estava preso em Caracas e passava por um processo de extradição a pedido da Colômbia. Apelidado de "cantor das Farc", Conrado seguirá para Cuba, onde fará parte da equipe das Farc que negocia a paz com o governo colombiano de Juan Manuel Santos. 

Membro das Farc é libertado na Venezuela e irá negociar paz - Reprodução

Conrado só pôde ser liberado pois a Colômbia decidiu cancelar em caráter imediato o pedido de extradição que transitava na Justiça venezuelana. "[Conrado] fará parte da delegação das Farc nos diálogos de paz em Havana, Cuba", informou um comunicado do Escritório do Alto Comissionado para a Paz. O texto também esclarece que a Colômbia continuará com as investigações judiciais sobre a atuação do guerrilheiro.

Diante do pedido, o Tribunal Supremo de Justiça venezuelano expediu a ordem de soltura de Conrado, e o governo de Nicolás Maduro já informou que ele foi transportado para Havana, onde está instalada a Mesa de Diálogo de Paz entre as duas partes. Conrado será o novo integrante da equipe negociadora que dialoga em busca da paz com o presidente colombiano desde novembro de 2012.

A Colômbia havia protocolado o pedido de extradição passiva de Conrado com base nas acusações de: lesões pessoais com fins terroristas, narcotráfico, recrutamento de menores e deslocamento forçado.

Conrado foi detido em 31 de maio de 2011 o Estado venezuelano de Barinas. Desde então, permanecia preso preventivamente na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, na capital, Caracas. Ele tem 58 anos de idade.

Conrado ingressou na guerrilha com 29 anos. Seu apelido se deve a seus dotes musicais: tocava violão e acordeão, além de ser lembrado por ter composto a "canção guerrilheira fariana". Há dez anos, fez parte das mesas temáticas nas negociações de paz em San Vicente de Caguán.

Fonte: Opera Mundi