Termina maior exercício marítimo de guerra liderado pelos EUA

O maior exercício de guerra no mar encerra-se nesta quinta-feira (31), com uma cerimônia marcada para sexta (1º/8), e teve cerca de um mês de duração, com treinos de combate no Cinturão do Pacífico (Rim of the Pacific, em inglês, que dá nome aos exercícios, “Rimpac”) envolvendo as Marinhas de 22 países. Os Estados Unidos promovem o ensaio na região da ilha de Pearl Harbon, no Havaí, desde 1971, inicialmente apenas com a Austrália, Nova Zelândia, o Canadá e o Reino Unido.

rimpac - US Navy

A China e a Rússia, esta desde 2012, também passaram a participar dos exercícios, no âmbito das aproximações com o Ocidente. De acordo com a Chancelaria chinesa, dos sete navios enviados à região para o Rimpac, três permanecerão nos Estados Unidos para uma “viagem de amizade”, enquanto o “Arca da Paz”, que conta com um hospital a bordo, atenderá as ilhas de Tonga, Fiji, Vanuatu e Papua Nova-Guiné.

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Da América Latina, apenas Chile, Peru, Colômbia e México participam das manobras. Segundo a Marinha estadunidense, anfitriã do exercício militar, lançado para conter a União Soviética na década de 1970 e realizado a cada dois anos, o Rimpac pretende "promover relações de cooperação" nesse setor entre os participantes, embora o cenário global, com repetidas acusações e medidas provocativas, não pareça condizer com este objetivo.

Entre os vários episódios podem ser destacadas a parceria militar estreita dos EUA com o Japão, o que inclui a ingerência em disputas do país asiático com a China, assim como o anúncio, por parte do Departamento de Estado norte-americano, de uma política externa voltada à região Ásia-Pacífico, com a disseminação da presença estadunidense. Analistas de relações internacionais avaliam a "nova política externa" estadunidense para a região como um esforço que mira na “contenção da China” enquanto potência. Além disso, o governo norte-americano firmou recentemente uma série de acordos para a parceria militar com vizinhos imediatos da China.

Segundo o Comando da Frota dos EUA no Pacífico, 49 navios de superfície, seis submarinos, mais de 200 aeronaves e 25.000 tropas dos 22 países participaram do exercício neste ano, com o objetivo de “aprofundar e suster as relações de cooperação críticas para garantir a segurança das rotas marítimas e a segurança nos oceanos do globo.” Dos 22 países participantes, 12 são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que promove institucionalmente a extensão da sua presença belicosa pelo mundo.

A militarização do conceito de “segurança” serve a este propósito, assim como à disseminação de frotas navais dos Estados Unidos por todos os cantos do globo. Ambos os pontos continuam sendo pautas prioritárias nos movimentos internacionais pela paz e pelo fim do belicismo mundial, liderado pelos EUA.

Por Moara Crivelente, da Redação do Vermelho