Maduro aciona Interpol e acusa paramilitar da Colômbia de assassinato

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou, durante coletiva concedida nesta quarta-feira (15), que o assassinato do deputado chavista Robert Serra e sua companheira, María Herrera, em 1º de outubro, teve participação de oito pessoas vinculadas ao grupo paramilitar Los Colombia. Ele também informou que o governo solicitará à Interpol código vermelho – alerta máximo de busca – para os autores do crime. Os autores intelectuais também foram identificados e serão capturados, disse.

Nicolás Maduro, Venezuela - EFE

Maduro deu detalhes sobre o planejamento e a execução do ato, apontado desde o começo das investigações como crime político disfarçado de delinquência comum. O presidente revelou que Padilla Leiva, conhecido como “El Colombia”, chefe da organização paramilitar Los Colombia, é acusado de ser o executor do ato e está sendo procurado pelo governo do país.

As informações difundidas em rede nacional foram obtidas após estudo do Corpo de Investigações Científicas Penais e Criminalísticas. O mandatário ressaltou que pedirá a colaboração dos governos de Colômbia, Brasil e das ilhas caribenhas para encontrar os demais envolvidos no caso.

Foram exibidos dois vídeos como provas das declarações. O primeiro, com imagens de uma câmera de segurança, mostra seis homens entrando e saindo da casa de Serra. A gravação revela que eles permaneceram na residência por 11 minutos.

O segundo vídeo apresenta o chefe de segurança de Serra, Torres Camacho, conhecido como ‘El Poli’, suspostamente confessando parte do planejamento do crime.

De acordo as informações, o crime foi planejado por três meses. Dois dos homens acusados de terem participado do ato foram presos. Segundo o chefe de Estado, os dois colombianos, Padilla Leiva, e Yoni José Padilla, conhecido como Oreja, ainda não foram capturados.

Outras denúncias

Maduro disse ainda que a morte de Serra está relacionada com as ações violentas iniciadas no país em fevereiro com a realização das “guarimbas” – obstáculos de entulhos, galhos de árvore, pneus etc. que impedem a livre circulação de pessoas e veículos –, com o assassinato de Eliézer Otaiza em abril e a captura de Loreth Gómez Saleh, que supostamente coordenava um plano denominado “a Saída” para derrubar o governo do país. Saleh é acusado de ter vinculação com o ex-presidente Colômbia (e atual senador) Álvaro Uribe, que o governo venezuelano diz ter ligações com grupos paramilitares, além de dirigir ações contra a Venezuela.

Em resposta a Maduro, Uribe divulgou, no Twitter, um vídeo com uma mensagem da ex-deputada María Corina Machado postada no YouTube na segunda-feira (13), na qual ela volta a criticar o governo venezuelano e convoca defensores da democracia a se somarem “à iminente transição para a democracia”.

Assista aos vídeos:

Fonte: Opera Mundi