… E CUNHA CORREU!

     Prevista para iniciar às 08:30, como anunciou o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado Adriano Galdino, a sessão itinerante da Câmara Federal, com seu presidente e mais 21 deputados federais, que deveria discutir o projeto de Reforma Política hoje em tramitação, terminou sendo frustrado diante de protestos envolvendo manifestantes que ocuparam as galerias.

     Desde cedo militantes dos partidos de esquerda, sindicalistas e ativistas de diversos movimentos sociais se concentraram em frente a Assembleia, na Praça João Pessoa. Logo, centenas de pessoas ocuparam as escadarias gritando palavras de ordem. Fizeram-se presentes o PCdoB, o PT, PSB, Consulta Popular, PCR, MST, CUT, CTB, movimentos de moradia, juventude, mulheres e LGBT. Destaque para uma comitiva de sindicalistas de Campina Grande, tendo à frente o vereador Napoleão Maracaja, do PCdoB.

     Quando foram informados da proibição de ocupar as galerias, os manifestantes resolveram entrar na Assembleia, ocorrendo um primeiro confronto com seguranças. Em seguida, na entrada de uma das galerias que se projetam sobre o plenário, houve novo confronto com seguranças provocando o estilhaçamento de uma das portas de vidro. A sessão já transcorria quando os populares ocuparam as galerias dos dois lados do plenário. Vaias e palavras de ordem eram dirigidas contra Eduardo Cunha. Muitas cobravam reformas democráticas e criticavam o PL 4330 e outras propostas conservadoras defendidas pelo presidente da Câmara.

     Diante da manifestação das galerias o presidente da assembleia, Adriano Galdino anunciou que a Tropa de Choque da PM estaria vindo para “desocupar as galerias”. Este anúncio provocou indignação nos manifestantes que resolveram que das galerias só sairiam algemados. Soube-se depois que a PM fora desautorizada de se deslocar para a assembleia. Com a continuidade dos protestos o Deputado Eduardo Cunha resolveu abandonar a sessão, retirando-se com sua cara comitiva. Na saída, aproveitou para responsabilizar, numa entrevista à filiada da Globo, deputados do PT e PSB pelo insucesso e ainda alfinetou o governador Ricardo Coutinho – PSB, que não teria “garantido a segurança da sessão legislativa”.

     Na avaliação dos dirigentes dos partidos, entidades e movimentos a “ação dos movimentos sociais foi muito positiva. Conseguimos fazer o contraponto ao reacionarismo de Cunha”, como asseverou Lourdes Meira, presidente da UBM. Na saída, já nas escadaria da Assembleia, o representante do PCdoB, parabenizou a todos e todas pela ação e conclamou a militância para “a grande manifestação do dia 30 d abril – continuidade da jornada iniciada em 13 de março.”