Depois do golpe no Brasil, José Serra tenta desestabilizar a Venezuela

Uma vez mais o ministro de Relações Exteriores do Brasil, José Serra, jogou a política externa "altiva e ativa" no bueiro. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele afirmou – gratuitamente – que a Venezuela “é um país fora de controle”. Imediatamente a chanceler venezuelana, Delcy Rodriguez, manifestou seu repúdio às declarações “descaradas e imorais” do Brasil.

José Serra - AFP

Depois de dar o golpe aqui, Serra mira o Mercosul a fim de atingir a Venezuela. O ministro ilegítimo provocou ainda mais as já inflamadas relações entre os dois países ao dizer que “não tem esperança” de que o atual quadro melhore e acredita ser “impossível” uma retomada de laços do governo de Michel Temer enquanto Nicolás Maduro – presidente eleito – ocupar o cargo.

A Venezuela passa por uma crise política tão aguda quanto a do Brasil. A direita, organizada dentro da coalizão MUD (Mesa da Unidade Democrática), cria um clima de desestabilização que prejudica a governabilidade de Maduro e infla a guerra econômica enfrentada pela população.

Criado este quadro complexo, a MUD insiste em um referendo revogatório para colocar Maduro na berlinda. Com esperanças em um golpe “mais brando” que no Brasil, Serra começou a fazer declarações para constranger o presidente do país vizinho.

A ministra das Relações Exteriores da Venezuela falou em sua conta oficial no Twitter que a “República Bolivariana da Venezuela repudia as descaradas e imorais declarações do chanceler de fato José Serra”.

Ela reitera que diferente do Brasil, onde o atual governo chegou ao poder por meio de um golpe “que violentou a ordem democrática”, em seu país a democracia triunfou e o presidente foi escolhido de forma soberana por meio de votação direta. “A vontade de 54 milhões de cidadãos que elegeram a presidenta Dilma foi vulnerada por uma elite desrespeitosa dos direitos humanos e da democracia”.