Semana Vermelha: Gabinete do ódio desmantelado
Decisão do Facebook, que removeu 88 páginas bolsonaristas. Veja esse e outros fatos que foram notícia no Vermelho na última semana.
Publicado 12/07/2020 16:03
A pior notícia para Bolsonaro, nesta semana, não foi a revelação de que ele está contaminado pelo coronavírus (desejo a ele uma pronta recuperação da Covid-19). A má notícia, para ele, foi a decisão do Facebook de tirar do ar 88 páginas acusadas de veicular notícias falsas, que atingiu o chamado “gabinete do ódio”, de aliados e familiares do capitão-presidente.
Decisão que torna ainda mais difícil a situação do governo nos tribunais que apuram o enxame de fake news na campanha eleitoral de 2018, e que pode levar à cassação da chapa vitoriosa naquela eleição, formada por Bolsonaro/Mourão, e afastá-los do cargo.
Outro protagonista importante que favoreceu a vitória da direita em 2018, a Operação Lava Jato, agora enfrenta também denúncias graves de irregularidades. Uma reportagem mostra que o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, cometeu crime de traição à pátria ao colaborar ilegalmente com a polícia federal dos EUA, o FBI, nas apurações conduzidas pela força tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Outro revés para Bolsonaro é a exigência, do Ministério Publico e de parlamentares, de afastamento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pela ameaça ao meio ambiente – à Amazônia, sobretudo – que sua permanência no ministério representa.
Ao mesmo tempo, em liminar, o STF determina que o governo adote medidas para a proteção dos indígenas. E o conservadorismo que predomina no governo do Brasil levou ao voto que favorece a mutilação genital feminina e apoia a barbárie contra as mulheres. Neste quadro, Bolsonaro aparece acuado, nas cordas – situação em que a ampla frente democrática pode se fortalecer.
O vírus pega Bolsonaro- O presidente informou na terça-feira (17) que seu exame para detectar a doença deu positivo. Ele tem 65 anos e faz parte da faixa etária considerada por especialistas como grupo de risco. (Bolsonaro testa positivo para Covid-19/ Presidência tem 108 funcionários com Covid-19, segundo Planalto)
Facebook tira do ar páginas ligadas ao “gabinete do ódio” – O Facebook derrubou na quarta-feira (8) uma rede que agia para enganar sistematicamente o público e atuava desde a eleição de 2018. O total é de 88 contas, páginas e grupos eram ligados a funcionários de Bolsonaro, seus filhos e aliados, no chamado “gabinete do ódio”. (Facebook derruba rede de fake news ligada à família Bolsonaro)
A traição nacional de Dallagnol, da Lava Jato – O ex-ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff, Eugênio Aragão entrou na PGR com notícia-crime contra o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que é acusado de acordo de cooperação ilegal entre a Lava Jato e o FBI. Uma reportagem do Intercept e da Agência Pública indicou que agentes do FBI atuaram em investigações realizadas no território nacional pela Lava Jato. (Deltan Dallagnol é denunciado na PGR por acordo ilegal com FBI/Maia diz que Dallagnol deixa claro que Lava Jato é movimento político)
Xô, Salles – Procuradores acusam o ministro do Meio Ambiente de improbidade administrativa. A ação é assinada por 12 procuradores da República. Os procuradores querem a condenação do ministro em penas previstas na Lei de Improbidade Administrativa – entre elas, perda de função pública e suspensão de direitos políticos. (Parlamentares defendem afastamento de Salles da pasta do Meio Ambiente)
MPF pede afastamento de Salles do Meio Ambiente por improbidade – O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação de improbidade administrativa contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acusado de desestruturação dolosa das estruturas de proteção ao meio ambiente. Na ação, 12 procuradores da República pedem o afastamento do ministro do cargo em caráter liminar (urgente) e a condenação dele nas penas previstas pela lei de improbidade administrativa. Se condenado, Salles pode ser punido com perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa, além de proibição de contratar com o poder público e de receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios. (MPF pede afastamento de Salles do Meio Ambiente por improbidade)
‘Nota de nojo’ ao governo Bolsonaro – Uma Nota de Nojo, assinada por Amora Pêra, Nanan Gonzaga e Daniel Gonzaga, netos de Luiz Gonzaga, repudia o uso da música “Riacho do Navio” em live de Bolsonaro, na quinta-feira (2). (Netos de Gonzagão divulgam ‘nota de nojo’ a governo Bolsonaro)
TCU proíbe governo de anunciar em plataformas ilegais – O ministro Vital do Rêgo, do TCU, determinou, na sexta-feira (10), ao Ministério das Comunicações que deixe de “direcionar recursos de campanhas publicitárias do governo” a sites e plataformas que se relacionem a atividades ilegais ou que tenham conteúdo estranho ao motivo do anúncio. Isso é “extremamente grave”, disse o ministro. (TCU manda governo parar de anunciar em sites de atividades ilegais)
STF manda governo proteger os indígenas – O ministro Luís Roberto Barroso do STF concedeu, na quarta-feira (7), uma liminar em ação apresentada pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e por seis partidos: PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PT, PDT. O STF deu prazos para que o governo Bolsonaro adote medidas de proteção e evite um possível genocídio entre os povos indígenas. (STF determina que Bolsonaro apresente plano de proteção aos indígenas )
Na ONU, Brasil favorece barbárie contra mulheres – Ultraconservadorismo do Brasil na ONU favorece mutilação genital – O Governo Bolsonaro se opõe a citar “saúde sexual e reprodutiva” num texto proposto por países africanos para banir a mutilação genital feminina, que atinge cerca de 3 milhões de meninas por ano. (Ultraconservadorismo do Brasil na ONU favorece mutilação genital)
Com Bolsonaro nas cordas, frente ampla pela democracia pode se fortalecer – Em informe à reunião do Comitê Central, a presidenta do PCdoB Luciana Santos afirmou que “o difícil caminho de retomada de um projeto de desenvolvimento social e econômico passa pela saída de Bolsonaro e Guedes do comando do País”. Além do avanço da pandemia do novo coronavírus, assistimos a um crescente isolamento do governo Bolsonaro, disse. (Com Bolsonaro acuado frente ampla ganhará força, diz Luciana Santos)