Publicado 16/06/2021 19:05
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro voltou a citar o relatório falso produzido pelo auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Costa e Silva, filho de um militar amigo seu, afirmando que as mortes por Covid-19 não chegam a 50% do que é divulgado.
Já era sabido que o tal relatório não era oficial e nem correspondia aos fatos, e que referido auditor fora afastado e investigado pelo TCU. Fontes dizem que o relatório foi encomenda de Bolsonaro, que parece estar se lixando se é fato ou fake. Aliás, desde a campanha este é o modus operandi do Presidente, seus filhos e toda a sua tropa.
A CPI da Covid vem constatando um rosário de mentiras, desde a desautorização de Bolsonaro para não adquirir as vacinas oferecidas pelos laboratórios no ano passado, quando recusou um convênio com o Instituto Butantan afirmando que “não vai comprarei, porque quem dá as ordens sou eu, e não abro mão da minha autoridade”. Depois do próprio ex-ministro Eduardo Pazuello, submisso, referendou: “é simples assim, um manda, outro obedece”.
Dois ministros já haviam sido demitidos porque não aceitaram recomendar como norma o “tratamento precoce” baseado principalmente na cloroquina, sob determinação de Bolsonaro. Agora desmoralizados pela ciência de que a cloroquina é totalmente inadequada e até responsável por mortes, os defensores do governo tergiversam, dizendo que não era tratamento precoce e sim “atendimento precoce”, em contradição com o que foi recomendado no site do Ministério da Saúde.
Agora já se sabe que a cloroquina tinha dois grandes motivos: beneficiar alguns empresário apoiadores de Bolsonaro e implementar a política definida pelos ideólogos e do gabinete paralelo do Planalto, da tal política de “imunidade de rebanho”.
Quantas vezes Bolsonaro fez declarações contra o isolamento social, fez aglomerações e brigou contra o lockdown e o não uso de mascaras? Quantas vezes debochou das mortes decorrentes da Covid-19 dizendo “e daí se morrerem os que tiverem que morrer?”, “parem de frescura, de mimimi”?
Essas e outras atitudes do presidente, que permanecem até hoje, deixam claro que Bolsonaro sempre defendeu e continua a defender a política de “imunidade de rebanho”, não implementada em nenhum lugar do planeta.
Desde a campanha eleitoral Bolsonaro, seus filhos e apoiadores elegeram a política adotada por Joseph Goebbels, ministro da comunicação de Hitler, e atualmente por Steve Bannon, de que “uma mentira contada mil vezes, torna se verdade”.
As inúmeras mentiras de Bolsonaro e sua trajetória desde que foi punido pelo Exército por ter tentado explodir bombas no quartel que servia e na Estação Guandu de águas do Rio de Janeiro, somado aos deboches e desprezo pelas quase 500 mil mortes pela Covid, talvez nos ajudem a entender que, infelizmente, temos na Presidência da República do Brasil um psicopata genocida.
Mas quanto aos seus seguidores fanáticos, que mal lhes acomete?
Infelizmente uma doença maligna, muito pior que a Covid-19 porque é imune a vacinas e não acomete apenas brasileiros. Com exceção de poucos países, a grande maioria formada pela elite e grande parcela da classe média, sob grave crise do capitalismo, repetem as mesmas práticas dos adeptos do nazismo sob Adolf Hitler na Alemanha e o fascismo sob Benito Mussolini na Itália.
Parcelas expressivas da elite e da classe média, em uma das mais graves crises do capitalismo, com muito medo de sucumbir e perder seus privilégios, elegem como responsáveis e consequentemente como inimigos, os pobres “preguiçosos”, os negros, os LGBTs, e principalmente os comunistas que defendem esses setores, a igualdade de direitos e a justiça social.
Daí todo o ódio que destilam contra seus semelhantes, e seu apoio cego, inconsequente e incondicional ao chamado “mito” que promete e procura instalar a todo custo uma ditadura de uma minoria sobre a grande maioria, nem que seja passando sobre milhares e milhares de cadáveres de seus compatriotas.
As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho