Diretora da Precisa promete responder e depoimento é remarcado

Depoimento de diretora da Precisa, Emanuela Medrades, é remarcado para esta quarta-feira. Mesmo após esclarecimentos sobre habeas corpus, ela disse estar sem condições psicológicas de responder.

Pedro França/Agência Senado

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), encerrou a reunião na noite de hoje (13) poucos minutos após seu reinício. Isso ocorreu porque a diretora técnica da empresa Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, se recusou a responder os questionamentos dos senadores, mesmo após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) considerar que ela deveria responder a perguntas cujas respostas não a incriminassem.

A reunião foi retomada perto das 20h, após ter sido suspensa no final da manhã , porque Emanuela decidiu ficar em silêncio. A situação acabou gerando constrangimento para a Polícia Federal, conforme a depoente já havia falado em interrogatório, um dia antes, assim como o proprietário da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano.

Aziz disse achar inexplicável o fato. Segundo o senador, os depoentes estão se amparando no fato de estarem na condição de investigados pela PF para conseguir decisões no Judiciário e permanecer em silêncio na CPI. Com isso, ele colocou em suspeição o envolvimento da PF na investigação da CPI.

A Policia Federal (PF) se manifestou em nota que a instituição trabalha de forma isenta e imparcial na investigação do processo de compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde. Segundo a PF, a investigação segue as disposições legais, incluindo os depoimentos realizados. 

Exaustão e pressão

Logo após a retomada da sessão, o vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), leu a decisão do presidente do STF, Luiz Fux. Nela, constava que o direito de Emanuela ficar em silêncio seria restrito a perguntas que pudessem incriminá-la.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou sobre a forma de contratação da executiva pela Precisa e de remuneração, mas ela argumentou que estava “exausta”, sob pressão durante todo o dia e sem condições de responder às perguntas.

Ao perceber que ela não responderia a nenhuma pergunta, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) sugeriu que Aziz determinasse a prisão da depoente.

Depois, foi a vez da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) intervir. Em tom apaziguador, ela perguntou a Emanuela se ela não respondia apenas por exaustão ou por não querer se incriminar. A executiva disse que não estava “em condições físicas e psicológicas”. “Não tem crime, não tem irregularidade. Eu estou disposta a esclarecer”, afirmou. Questionada por Eliziane se responderia às perguntas no dia seguinte, a diretora da Precisa afirmou que sim e acrescentou que sua intenção é colaborar.

A diretora da Precisa disse que responderia a todas as perguntas se a reunião fosse adiada. Diante disso, Aziz decidiu convocá-la para uma nova reunião amanhã (14), às 9h.

A diretora foi convocada para prestar depoimento para esclarecer supostas irregularidades na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde em um contrato de R$ 1,6 bilhão para a aquisição de 20 milhões de doses da Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech e intermediada no Brasil pela Precisa Medicamentos.

Com o adiamento de hoje, a CPI tem programada para amanhã dois depoimentos, o de Emanuela Medrades e do sócio-administrador da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano.

Com informações da Agência Brasil

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