Argentina acelera vacinação com produção local da Sputnik V

Argentina vai distribuir, em agosto, mais de 3 milhões de doses do segundo componente da vacina “Sputnik V” fabricadas pelos Laboratorios Richmond, em Buenos Aires – as primeiras 150 mil doses entrarão em circulação, nesta semana.

A Argentina produz localmente a vacina russa Sputnik V para sua campanha de imunização e para exportar para outros países do continente.

Russos e argentinos anunciam a introdução em circulação na Argentina, esta semana, da vacina Sputnik V produzida nas instalações dos Laboratorios Richmond SACIF, em Buenos Aires. Segundo o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, o fundo soberano da Federação Russa) e a farmacêutica argentina, as amostras da vacina produzida na América do Sul passaram com sucesso pelo controle de qualidade no Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia N.F. Gamaleya, neste 3 de agosto.

Segundo Kirill Dmitriev, CEO do RDIF, o acesso à vacina Sputnik V produzida no país vai acelerar o ritmo de vacinação, reduzir os custos logísticos e os prazos de entrega. “Estabelecer a produção local da vacina Sputnik V em um curto prazo é um sucesso conjunto da Rússia e da Argentina graças ao qual o medicamento vai ficar à disposição de outros países da região para a implementação de programas nacionais de vacinação”, declarou.

O presidente dos Laboratorios Richmond, Marcelo Figueiras, por sua vez, celebrou a parceria como um marco importante alcançado. “A parceria vai ajudar nossos cidadãos a obter acesso à vacina Sputnik V que demonstrou uns dos indicadores mais altos de eficácia e segurança assim como uma série de outros benefícios”, disse.

O laboratório argentino chegou a construir nova planta para atender à demanda em Pilar, região metropolitana de Buenos Aires. Richmond também tem estudos científicos avançados, desenvolvimentos e pesquisas aplicadas na busca do tratamento do HIV e da hepatite.

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Transferência de tecnologia

O início bem-sucedido da produção do segundo componente da vacina Sputnik V é um exemplo importante de cooperação tecnológica entre a Rússia e a Argentina para localizar a produção de uma das vacinas contra o coronavírus. Espera-se que os Laboratórios Richmond sejam capazes de produzir mais de 3 milhões de doses do segundo componente da vacina Sputnik V em agosto. Nesta semana, a empresa vai iniciar as entregas da vacina produzida na Argentina ao governo do país, incluindo 150 mil doses do segundo componente, para proteger a população do coronavírus.

A Argentina foi o primeiro estado da América Latina a aprovar o uso da Sputnik V, bem como o primeiro país da região a iniciar a produção da vacina russa. O registro foi realizado no âmbito do programa do procedimento acelerado (emergency use authorization). A vacinação com o medicamento russo na Argentina foi iniciada em 29 de dezembro de 2020. A RDIF e parceiros realizaram uma transferência de tecnologia para Laboratorios Richmond e a produção local da vacina Sputnik V começou em abril de 2021.

Hoje a Sputnik V está registrada em 69 países com uma população total de mais de 3,7 bilhões de pessoas. Os dados de órgãos reguladores de vários países incluindo Argentina, Sérvia, Bahrein, Hungria, México, San Marino, Emirados Árabes Unidos e outros, obtidos durante a vacinação da população, demonstram que a Sputnik V é uma das vacinas seguras e eficazes contra o coronavírus.

Segundo defendem os russos, a vacina Sputnik é baseada na plataforma comprovada e estudada de vetores adenovirais humanos V e usa dois vetores diferentes para duas injeções durante o processo de vacinação o que cria uma imunidade mais forte em comparação com vacinas que usam o mesmo mecanismo de entrega para ambas as injeções.

A Argentina tem 16% de sua população totalmente imunizada e 40% que tomou a primeira dose. A Sputnik é o principal imunizante utilizado no país
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