Após consolidar frente ampla, chapa Lula-Alckmin discute etapa de mobilização

Partidos da coligação em torno da chapa Lula-Alckmin reforçam compromisso com a democracia, e anunciam primeiro comício dia 18, em Belo Horizonte.

Janja, Lula, Gleisi, Alckmin e Luciana durante a reunião. Foto: Ricardo Stuckert

Em reunião nesta segunda-(8), em São Paulo, partidos do movimento Vamos Juntos pelo Brasil, que compõe a coligação Brasil da Esperança, de apoio à chapa Lula-Alckmin, discutiram os próximos passos da mobilização nacional, após a consolidação de um amplo arco de alianças em torno da campanha. São dez partidos na coligação, além de onze diretórios estaduais do MDB e aliança com o PROS e PSD em vários estados.

A coligação Brasil da Esperança é formada pelas federações FE BRASIL (PT/PV/PCdoB) e PSOL/REDE, PSB, Solidariedade, Avante, PROS e o Agir (antigo PTC). Esta é a maior coligação das seis eleições disputadas pelo ex-presidente.

A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos (PE), participou da reunião que considerou “muito profícua e produtiva”. Ela ressaltou a importância da consolidação da frente ampla de partidos e forças políticas em torno da chapa Lula-Alckmin.

Luciana contou que, na reunião, com presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-governador Geraldo Alckmin, os partidos fizeram avaliação positiva da pré-campanha e da adesão de novas siglas à grande aliança em torno dos dois.

“Nesta fase da campanha, fizemos o que era possível na direção de consolidar a frente ampla”, disse ela ao Portal Vermelho

Leia também: Com apoio de 9 partidos, Lula terá o maior tempo no horário eleitoral

Próxima fase

A próxima etapa, apontada pelos partidos que compõem a coligação, é a de mobilizações de rua. Mas Luciana também destacou a importância de politizar o debate eleitoral.

“É chegada a fase da elevação do debate de ideias para reconstruir esse país que Bolsonaro deixou em terra arrasada”, indicou Luciana, que é candidata a vice-governadora na chapa encabeçada por Danilo Cabral (PSB) em Pernambuco. 

Luciana disse que o grupo discutiu encaminhamentos práticos, tratou de iniciativas de rua e definiu datas para os primeiros grandes comícios.

Ela informou que, com o início da campanha oficial, no próximo dia 16, já estão agendados dois grandes atos. O primeiro, no dia 18 de agosto, acontecerá em Belo Horizonte. No sábado, 20, será a vez de São Paulo. “Agora é todo mundo na rua, com alegria e disposição de luta”.

A ideia é dar o pontapé inicial da campanha nos dois maiores colégios eleitorais do país. Em Belo Horizonte, Lula realizará o ato ao lado do ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD), candidato ao governo de Minas Gerais, e do deputado André Janones (Avante-MG), que desistiu da pré-candidatura à presidência para reforçar o palanque petista. Já em São Paulo o desejo é promover a atividade no Vale do Anhangabaú, no centro da cidade, com o ex-ministro Fernando Haddad (PT), candidato ao governo do Estado.

O publicitário Sidônio Palmeira apresentou aos dirigentes partidários e coordenadores da campanha, as primeiras versões dos vídeos e a marca da campanha de 2022.

As peças começam a ser exibidas na televisão e no rádio a partir de 26 de agosto, de acordo com calendário do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), até 29 de setembro. O material gráfico mostrado na reunião poderá ser distribuído a partir do dia 16, início oficial da campanha.

Leia também: Auxílio Brasil de R$ 600 não está garantido em lei para 2023

Compromisso democrático

Os dirigentes partidários também reforçaram o compromisso com o processo democrático no país e apoio à carta em Defesa da Democracia. A carta tem mobilizado amplos setores da sociedade brasileira, do empresariado e artistas, numa forte reação aos ataques do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), às instituições democráticas.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), contou que o foco da campanha é a geração de emprego e renda e o combate à fome, mas que todos estão firmes e comprometidos com a defesa da democracia.

“Nós todos estamos muito focados em defender o processo democrático brasileiro. Com certeza, queremos reforçar esse movimento da sociedade civil que saiu agora, com essa carta aos brasileiros e brasileiras. Não é partidarizar. Nós achamos muito importante para a democracia brasileira.”

Leia também: Carta da USP em defesa da democracia já reúne mais de 690 mil assinaturas

Encontro empresarial

Nesta terça (9), o ex-presidente e candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se encontrará com diretores, conselheiros, sindicatos e associados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado (Ciesp). O evento está marcado para 9h30, na sede da Fiesp, na capital paulista, e entrará para uma lista de reuniões tidas pelo petista com empresários ao longo da corrida presidencial.

No final de junho, juntamente com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), Lula participou de dois jantares com empresários na capital paulista. O primeiro no dia 26 de junho, contou com a presença de 200 integrantes do empresariado, profissionais autônomos e advogados, organizado pelo Grupo Prerrogativas. O segundo ocorreu na noite de 28 de junho, na casa do advogado Sérgio Renault, no bairro dos Jardins. Posteriormente, no início de julho, o ex-presidente almoçou com empresários paulistas na sede da Fiesp. O encontro, que reuniu industriais ligados à entidade e também dirigentes de outros setores, foi solicitado pela coordenação da pré-campanha do político. Já em 28 de julho, Lula e Alckmin estiveram em evento com empresários da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Leia também: Lula fortalece diálogo com empresários em encontro na Fiesp

Nas Diretrizes do Programa de Governo da chapa Lula-Alckmin, está a apresentação de uma nova legislação trabalhista. Este tema foi discutido nestas ocasiões, mas com ênfase nas diretrizes para a reindustrialização e estímulos ao investimento nacional em alta tecnologia e inovação.

A reunião desta 3ª feira faz parte de uma série de encontros com pré-candidatos à Presidência organizada pela Fiesp e Ciesp. Já participaram o ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT), o cientista político Felipe d’Avila e a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Bolsonaro adiou sua participação.

Nos eventos, as entidades estão entregando aos políticos um documento que elaboraram, denominado Diretrizes Prioritárias Governo Federal 2023-2026. O texto aborda temas como ambiente econômico, reforma tributária, modernização trabalhista e segurança jurídica, “com o objetivo de organizar um conjunto de diretrizes que busca recuperar o crescimento econômico sustentado e encaminhar soluções estruturais para a economia brasileira”.

Leia também: Fiesp enfatiza compromisso com a democracia e o Estado de Direito