Lula recebe conselheiro de Segurança dos Estados Unidos

Lula destacou a importância do G20 durante encontro. Segundo Celso Amorin, “Jake Sullivan recordou que Brasil ocupará a presidência (do bloco) em 2024”.

Lula recebe Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA (05.12.2022) | Foto: Ricardo Stuckert

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, nesta segunda (5) em Brasília. Na ocasião, Sullivan levou o convite feito pelo presidente dos EUA, Joe Biden, para que Lula se encontre com ele na Casa Branca. Mas, de acordo com o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, um dos presentes no encontro, é mais provável que a visita oficial aconteça somente após a posse, em janeiro de 2023.

O encontro durou cerca de duas e, segundo Amorin, em entrevista após a reunião, foram discutidos temas como as mudanças climáticas, a cooperação dos dois países no desenvolvimento tecnológico e sustentável, e a reforma na governança mundial, incluindo no Conselho de Segurança da ONU.

“Presidente Lula lembrou o G20 como instrumento importante na área econômica logo após a crise de Lehman Brothers (em 2008). E Jake Sullivan recordou que o Brasil ocupará a presidência (do bloco) em 2024”, disse Amorim. De acordo com o ex-ministro, há interesse do governo norte-americano em cooperar com o Brasil para fazer do G20 um instrumento importante de uma governança global, mais democrática e mais justa.

Em relação à reforma do Conselho de Segurança da ONU, Sullivan relembrou discurso de Biden de que reconhece a necessidade de reforma e de representação adequada, e mencionou a participação da América Latina e da África. “Biden já tinha mencionado a necessidade de mudar o Conselho de Segurança e o número de membros, como parte de uma mudança mais geral da governança global”, explicou.

Segundo Amorim, Sullivan também acentuou a “importância da eleição democrática do presidente Lula, como importante para a democracia no Brasil, na região e no mundo”.

Outro tema abordado foi a guerra da Rússia com a Ucrânia e o interesse do governo norte-americano de que o Brasil possa ajudar. “Jake Sullivan fez análise da guerra, das dificuldades e que os Estados Unidos desejam a paz. A guerra custa a todos.”

De acordo com Amorin, Lula manifestou interesse em fortalecer o Mercosul e as instituições sul-americanas, e também mencionou a importância da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

Além de Lula e Sullivan, participaram do encontro, pelo lado norte-americano: Juan Gonzales, assessor do governo dos EUA para América Latina; Ricardo Zúñiga, vice-secretário de Estado para assuntos de Hemisfério Ocidental; e Douglas Koneff, encarregado de negócios da embaixada no Brasil.

Da equipe de Lula, estavam presentes o senador Jaques Wagner (PT-BA), o ex-ministro de Relações Exteriores Celso Amorim e o ex-ministro da Educação Fernando Haddad. Também participou o procurador da Fazenda Nacional Jorge Messias, integrante do GT de Transparência, Integridade e Controle da transição de governo.

Data da viagem

A viagem de Lula aos EUA só deve ocorrer após a diplomação de Lula e Alckmin para presidente e vice, marcada para o próximo dia 12.

Porém, Amorin disse na entrevista que Lula não descartou viajar em dezembro, mas indiciou que prefere viajar em janeiro, após a posse na Presidência da República. Segundo o ex-chanceler, o presidente eleito citou providências que precisam ser adotadas e negociações em curso em Brasília, para justificar a viagem em 2023.

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com informações de agências

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