Foro de São Paulo expressa preocupação com aumento da repressão no Peru 

Em nota, Foro faz ainda um chamado às forças de esquerda e progressistas e ao movimento popular peruano por uma “solução popular e democrática” e pelo fim da violência

O Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo emitiu nota sobre a situação do Peru, na qual rechaça o assédio político sofrido pelo governo eleito em junho de 2021, aponta preocupação com a intensificação da repressão aos manifestantes, expressa seu pesar pelas mortes ocorridas e faz um chamado ao campo de esquerda a progressista para que seja viabilizada uma solução popular e democrática e o fim da violência. 

Até o momento, ao menos 21 pessoas foram mortas durante os protestos que acontecem desde o dia 7 de dezembro, decorrentes da crise política que se estabeleceu após a tentativa de dissolução do Congresso por parte do então presidente Pedro Castillo e sua destituição e prisão, seguidas da posse da vice-presidenta Dina Boluarte.

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“O Foro mostra sua preocupação com a intensificação da repressão por meio da mobilização do exército e da polícia contra os manifestantes, o uso do toque de recolher, as prisões arbitrárias e as batidas ilegais em sedes de partidos políticos e organizações sociais”, diz a nota, emitida na segunda-feira (19). 

O documento exige, ainda, a suspensão “do estado de emergência, o fim da militarização e a repressão ilimitada contra a mobilização social e política do povo peruano que viu violados seus direitos humanos”. 

Leia abaixo a íntegra da nota:

Nota sobre a situação no Peru

O Foro de São Paulo rechaça o assédio político sofrido contra o governo eleito em junho de 2021 e as manobras conciliadas entre a direita, os conglomerados de mídia e os setores oligárquicos peruanos, que recorreram a todo tipo de ação para impedir um governo eleito por meio do voto, cumpriu o mandato popular que o levou legitimamente ao poder.

O Foro mostra sua preocupação com a intensificação da repressão por meio da mobilização do exército e da polícia contra os manifestantes, o uso do toque de recolher, as prisões arbitrárias e as batidas ilegais em sedes de partidos políticos e organizações sociais, pelo que exige o levantamento do estado de emergência, o fim da militarização e a repressão ilimitada contra a mobilização social e política do povo peruano que viu violados seus direitos humanos.

O Foro expressa suas condolências e profundo pesar pelos falecidos, bem como exige o esclarecimento dessas mortes e tratamento diligente e digno para seus familiares.

Faz-se um chamado às forças políticas integrantes do Foro de São Paulo, a toda a esquerda, setores progressistas e ao movimento popular peruano para que trabalhem por uma solução popular e democrática que estabeleça um fim à violência.

Grupo de Trabalho do
Foro de São Paulo

(PL)

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