Moraes marca depoimento de Anderson Torres para 2 de fevereiro

Na decisão, o ministro do STF justificou que a nova data é “para garantir o tempo necessário” para a defesa analisar os autos antes do interrogatório

Anderson Torres Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para o dia 2 de fevereiro o interrogatório de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal (DF).

Na decisão, Moraes justificou que a nova data é “para garantir o tempo necessário” para a defesa analisar os autos antes do interrogatório.

Torres, que se encontra preso no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará (DF), iria depor nesta segunda-feira (23), mas não houve autorização de Moraes para que a oitiva fosse realizada. Na semana passada, o ex-ministro ficou calado quando foi interrogado. A defesa alegou que não teve acesso aos autos.

O ex-ministro de Bolsonaro é acusado de ser “omisso e conivente” com os atos golpistas que resultaram na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes.

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Torres é acusado de sabotar o esquema de segurança no domingo (8). Ele assumiu a Secretaria de Segurança do DF no dia 2 e exonerou todo o comando da pasta. Em seguida, viajou para os Estados Unidos.

Ou seja, ele mudou o comando que havia atuado na posse do presidente Lula, um evento que transcorreu na normalidade.

Quando foi preso no aeroporto de Brasília, Torres não se encontrava com o seu celular, cujas mensagens poderiam ajudar na investigação. A PF diz que vai recuperar as informações nas nuvens de dados.

O ex-ministro também terá de esclarecer sobre o teor do documento encontrado na sua residência após operação policial.

Por meio dele, chamado de “minuta do golpe”, o ex-presidente decretaria Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular a eleição presidencial e destituir os ministros da Corte.  

Uma das linhas de investigação é que o documento golpista circulou por meio de mensagens de celular entre os assessores mais próximos de Bolsonaro e do comitê da reeleição. A PF busca encontrar essas provas antes do interrogatório.

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