Comissão no Senado aprova indicações do Governo para o Banco Central

Galípolo e Aquino tiveram ampla votação na Comissão de Assuntos Econômicos e vão comandar a diretoria de Política Monetária e de Fiscalização, respectivamente

Indicados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os economistas Gabriel Galípolo e Ailton Aquino foram aprovados na sabatina feita pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado Federal, para as diretorias de Política Monetária e de Fiscalização do BC (Banco Central), respectivamente.

Os indicados tiveram ampla aprovação pelos senadores. Galípolo foi aprovado com 23 votos a 2, enquanto Aquino teve 24 votos a favor e apenas um contra.

A diretoria de Política Monetária administra a execução dos instrumentos das políticas monetária e cambial, com vistas ao atingimento da Meta da Taxa Selic e à preservação do regular funcionamento dos mercados.

Já diretoria de Fiscalização é responsável por supervisionar as instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional (SFN), monitorando a estabilidade, eficiência, liquidez e solvência do SFN e das entidades supervisionadas pelo BC.

Na sabatina, Galípolo afirmou que o mercado “já projeta” cortes nos juros e, sem mencionar o presidente do BC, Roberto Campos Netto, o sabatinado defendeu que a política monetária esteja a serviço da agenda econômica e não de um economista específico.

“Não cabe a nenhum economista, por mais excelência que ele tenha, impor o que ele entende ser o destino da econômico do país à revelia da vontade democrática e de seus representantes eleitos.”, disse.

A taxa de juros, definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária), está em 13,75% desde agosto de 2022. O governo federal e uma série de políticos e economistas defendem a queda de juros há meses. Mas o grupo liderado pelo presidente do BC fez, até agora, valer a sua política monetária, mesmo com a curva da inflação em franco declínio.

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“Desde o início do mandato do presidente Lula, a equipe econômica decidiu trilhar um caminho mais difícil. Um caminho de enfrentar problemas e entraves da economia brasileira, mas mirando para os desafios da sustentabilidade econômica, social e ambiental”, disse Galípolo.

Já o indicado à diretoria de fiscalização do BC, Ailton Aquino, diz estar “otimista quanto ao futuro do país e da nossa economia”, mas lamentou o enxugamento da área de supervisão da autoridade monetária, que não realiza concurso público há dez anos.

No período, segundo ele, o número de instituições fiscalizadas pelo BC aumentou em 15% e os ativos, 25%, com novas atribuições ao BC.

Para Aquino, a diretoria de Fiscalização é importante já que podem prevenir crises financeiras advindas de maus comportamentos do sistema financeiro. “É um trabalho desafiador supervisionar todo o universo de instituições bancárias e não bancárias em um país tão vasto e complexo como o nosso. Mas é um trabalho fundamental. Crises financeiras custam bilhões aos PIBs dos países. Lembro-me da grande crise financeira internacional de 2008/2009, além do custo econômico e financeiro, crises sistêmicas empobrecem e desorganizam sociedades, abrem espaço inclusive para rupturas de natureza política e social”, complementou.

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