Ipea projeta queda na inflação e crescimento do PIB em 2,2%

As projeções para 2023 do instituto confirmam as previsões de outros órgãos que também melhoraram as perspectivas para a economia com o decorrer do governo Lula

Tânia Rêgo/Agência Brasil

No documento Visão Geral da Conjuntura, divulgado na quarta-feira (5), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) corrigiu as previsões para economia nacional em 2023. As novas perspectivas indicam o aumento do PIB e a queda da inflação, assim como outros órgãos já fizeram.

A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano que antes era de 1,4% (feita em março) passou para 2,2%. Enquanto isso a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sofrerá queda de 5,6% para 5,1%.

O documento de conjuntura foi realizado por Julia de Medeiros Braga, coordenadora de Acompanhamento e Estudos da Conjuntura na Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Dimac/Ipea), Mônica Mora Y Araujo, coordenadora-geral de Estudos e Políticas Macroeconômicas na Dimac/Ipea, e Claudio Roberto Amitrano, diretor na Dimac/Ipea.

Leia tambémSalários, inflação menor, Bolsa Família e isenção do IR aumentam consumo familiar

Entre os motivos apontados pelos autores para a melhora da previsão do PIB está a superação das expectativas nos dados referentes ao primeiro trimestre do ano. Em relação ao trimestre anterior o resultado foi maior do que o esperado e chegou a 1,9%, assim como na comparação com o primeiro trimestre de 2022, e alcançou 4%.

Do ponto de vista da inflacionário, a valorização do real e a deflação das commodities jogaram os preços para baixo e no restante do ano o cenário deve ser de estabilidade.

Segundo observa o Ipea, “a conjuntura econômica tem um cenário externo favorável tanto para a demanda por commodities brasileiras quanto para o processo de desinflação observado nos índices de preço”.

Para o instituto, “o mix de política econômica que prevalece esse ano junta política monetária contracionista e política fiscal atuando de forma compensatória e anticíclica. Essa conjugação de fatores justifica a revisão de projeções no sentido de melhor perspectiva para o crescimento do produto interno bruto (PIB) e para a redução da inflação.”

Confira a íntegra do documento do Ipea aqui.

Cenário positivo

Como já indicado pelo Portal Vermelho, o Ministério da Fazenda deve elevar a projeção do PIB de 2023 para um valor entre 2,5% e 3% em seu Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas. E esta elevação das estimativas não ocorre somente por parte do Ipea e da Fazenda nacional. O Banco Central (BC) já elevou de 1,2% para 2% a projeção do PIB, conforme Relatório de Inflação publicado no final de junho. As estimativas do BC levaram em conta o crescimento de 1,9% no PIB no primeiro trimestre do ano.

No mesmo sentido o Boletim Focus, publicado pelo BC com as perspectivas dos agentes do mercado financeiro, revela otimismo e elevou a projeção para 2,18%.

Ainda no início de junho, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Banco Mundial, com perspectivas mais conservadoras e antes dos dados trimestrais apresentados pelo Brasil, também melhoram a perspectiva para o PIB brasileiro, para 1,7% e 1,2%, respectivamente. É provável que, em breve, corrijam novamente estes números a partir das melhoras e projetos apresentados pelo governo Lula.