Ato na UNE defende povo na rua para avançar nas conquista e democracia

“Vamos precisar da UNE como parte das articulações dos movimentos sociais porque para o governo cumprir uma agenda mais avançada é preciso haver luta política”, disse o deputado Orlando Silva

Ato do 59º Congresso da UNE teve a presença dos ministros Flávio Dino, da Justiça e Luís Roberto Barroso, do STF; do deputado federal Orlando Silva (PCdoB/SP e da reitora da UnB, Márcia Abrahão Moura. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

“Justiça, reparação e democracia: por um Brasil livre do ódio” foi um dos atos políticos realizado na noite desta quarta-feira (12) no 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). O Conune ocorre até domingo (16) na Universidade de Brasília (UnB)

Os ministros Flávio Dino (Justiça), Luís Roberto Barroso (Supremo Tribunal Federal), o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) e a reitora da UnB, Márcia Abrahão Moura, falaram das conquistas e da necessidade de participação social para o país avançar.

Orlando Silva e Flávio Dino emocionaram o público ao contar sobre suas trajetórias no movimento estudantil. Márcia Abrahão lembrou das dificuldades da universidade no período da ditadura militar e o ministro Barroso disse que reencontrou seu passado de luta.

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“Vamos precisar da UNE como parte das articulações dos movimentos sociais porque para o governo cumprir uma agenda mais avançada é preciso haver luta política. Nós temos de aprender com a primeira experiência do governo, o poder econômico pressiona muito os governos e nós temos que ter capacidade e inteligência”, disse Orlando.

Ele destacou ainda que a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi importante para a democracia, sobretudo para os trabalhadores.

“Agora vem a parte mais dura, mais difícil, porque o lado de lá elegeu uma grande bancada no Congresso Nacional e nós vamos precisar da UNE, dos estudantes, para nas ruas defender a ciência, a educação a universidade, mas falar também de temas que interessam o nosso povo. Vamos precisar da UNE dizendo não ao marco temporal e em defesa dos povos indígenas”.

O ministro fez uma convocação para que os estudantes desempenhem três tarefas fundamentais para o país.
Sobre um pequeno grupo que protestava contra a presença do ministro Barroso no evento, Dino disse que, nas várias correntes políticas representadas no encontro, haviam questões que uniam os presentes.

“Todos aqui são contra o fascismo, golpismo. Temos 20 correntes políticas aqui, mas todos somos a favor da educação gratuita, contra a discriminação dos negros, LGBTQIA+ e todos os seguimentos inviabilizados da sociedade”, lembrou Dino sob aplausos. “Mantenham a união popular contra o fascismo no Brasil”, convocou.

“Nós vivemos a democracia e estar aqui é reencontrar meu próprio passado de luta contra a intolerância e contra pessoas que gritam em vez de ouvir. Quem tem argumentos não xinga e não grita e é esse o passado recente dos quais ainda temos que lutar”, disse o ministro do STF.

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Barroso destacou que todos têm compromisso com a história. Fazer um país maior e melhor que se faz com democracia, estudo e argumentos. A capacidade de ter interlocução mostra que estamos do lado certo, por tratar todos com respeito mesmo com a divergência”, concluiu.

STF

A presidente da UNE, Bruna Brelaz, destacou a importância da presença do ministro do STF no Congresso.

“Enquanto instituição quase centenária, a UNE em toda sua história se propôs a reunir amplos setores sociais em defesa da democracia, da educação e do Brasil. Hoje, recebemos pela primeira vez desde a redemocratização um ministro do STF em nosso Congresso”, lembrou.

Disse que, ao lado do ministro, o movimento reafirmou o compromisso com a democracia e posicionamento em “defesa da prisão de todos aqueles que atentaram ao estado democrático recentemente, principalmente, o que foi o principal arquiteto deste ataque: Jair Bolsonaro.”

“Estou muito feliz porque amanhã quando a gente acordar não haverá corte no orçamento da educação. A UnB tem uma história muito bonita e de luta, assim que iniciou a ditadura foi a primeira universidade invadida depois de muitas outras. Nós perdemos quase todos os nossos professores em 1965 e a UNB resistiu. É nessa universidade que vocês estão pisando hoje”, disse a reitora Márcia Abrahão

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