STF tem 3 votos para tornar Carla Zambelli ré por perseguição a jornalista

A deputada bolsonarista perseguiu e apontou arma para o jornalista Luan Araújo, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, em São Paulo

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Em julgamento no plenário virtual que prossegue nesta sexta-feira (11), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia foi mais um voto na direção de tornar ré a deputada federal Carla Zambelli (PL-SO) por perseguir e apontar arma para o jornalista Luan Araújo, na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, em São Paulo.

Na madrugada, o ministro Gilmar Mendes, relator da matéria, votou para tornar ré a deputada com base na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por “porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo”. O ministro Alexandre de Moraes seguiu o voto do relator.

Mendes considerou que ficou comprovado o “porte ostensivo de arma de fogo à véspera das eleições, em situação vedada e de risco, com a perseguição e submissão da vítima à restrição espacial”.

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Para o ministro, apesar de Zambelli possuir porte, o “uso fora dos limites da defesa pessoal, em contexto público e ostensivo, ainda mais à véspera das eleições, em tese, pode significar responsabilidade penal”.

Outro problema para a deputada é a proibição de portar armas 48 horas antes das eleições em zonas eleitorais, nas quais a deputada estava a 100 metros de uma.

Zambelli terá que responder a outro caso grave. O hacker Walter Delgatti, preso pela PF, disse que a deputada Carla Zambelli lhe pediu para invadir as urnas eletrônicas, além do e-mail e o telefone de Alexandre de Moraes.

O hacker vai depor na próxima terça-feira (15) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro, a CPMI do Golpe.

A convocação dele foi feita após a aprovação do requerimento dos deputados Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

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