CPI das Americanas evita responsabilizar bilionários e adia relatório final

Instalada em 17 de maio, a CPI não será prorrogada. Ao final da apresentação, houve pedido de vista coletiva do relatório.

Beto Sicupira, Jorge Lehmann e Marcel Telles, ex-controladores das Lojas Americanas estão implicados nos Panama Papers

Sob forte pressão, a CPI das Americanas adiou a votação do relatório final que aconteceria nesta terça-feira (5) para o dia 19 deste mês, limite do prazo para o encerramento das atividades.

Parlamentares consideraram no mínimo “estranho” o relatório do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC) não chegar a conclusão sobre a fraude de R$ 20 bilhões nas Americanas. O mercado chegou a apontar um rombo de R$ 40 bilhões.

Instalada em 17 de maio, a CPI não será prorrogada. Ao final da apresentação, houve pedido de vista coletiva do relatório.

“Eu não acredito que duas auditorias não saibam o que aconteceu na empresa. Eu acho que a gente vai passar o sinal para as pessoas de que nós fomos incompetentes para identificar esses desvios que foram feitos”, afirmou o deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE).

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A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) fez um apelo à comissão para a prorrogação dos trabalhos.

De acordo com ela, uma série de requerimentos que apresentou não foi sequer votada. Entre eles estariam pedidos para convocar os três acionistas de referência da Americanas, os bilionários Jorge Paulo Lehmann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

Até a votação do relatóiro, os deputados também tentarão ouvir Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas.

Gutierrez chegou a ser convocado, mas não compareceu porque está em viagem ao exterior. Como alternativa, enviou uma carta com acusações contra a atual direção da companhia e se dispôs a depor por videoconferência.

“Não posso aceitar que os requerimentos nem mesmo tenham sido votados. O ex-diretor Miguel Gutierrez deveria ter sido ouvido mesmo por videoconferência”, protestou Melchionna.

Com informações da Agência Câmara

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