Egito convida Brasil para cúpula sobre a questão Palestina

Governo pode mandar assessor especial da Presidência, Celso Amorim, já que Lula não tem autorização médica e chanceler preside Conselho de Segurança na ONU

Foto Ricardo Stuckert/ PR

O Egito enviou, nesta quarta-feira (18), um convite ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma cúpula internacional para tratar o desenvolvimento e o futuro da questão palestina.

A reunião ocorrerá no sábado (21), no Cairo, e tem como objetivo lidar com a questão humanitária, a saída de estrangeiros da Faixa de Gaza e a criação de corredores de abastecimento de alimentos e remédios.

Ao todo, doze líderes do Oriente Médio já confirmaram presença: Catar, Turquia, Grécia, Palestina, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Kuwait, Arábia Saudita, Iraque e Chipre estarão presentes na cúpula, segundo a imprensa local.

O Palácio do Planalto ainda não divulgou que autoridade representará o Brasil na reunião. Em recuperação das cirurgias no quadril e nas pálpebras, o presidente Lula não tem autorização para pegar voos e não deve comparecer ao encontro.

Segundo informações do jornalista Jamil Chade, do UOL, o governo já decidiu que estará presente e discute se o porta-voz brasileiro na cúpula será o assessor especial da presidência, Celso Amorim, uma vez que o ministro das Relações Internacionais, Mauro Vieira, presidirá reuniões do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que visitou Tel Aviv nos últimos dias, também poderá comparecer ao encontro, com a condição de que viste o Egito na próxima agenda no Oriente Médio, de acordo com o The Washington Post.

A Espanha, que atualmente preside a União Europeia, também recebeu o convite de autoridades egípcias. O país ainda consultou a possibilidade da presença da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

Situação em Gaza e protestos pelo mundo

Ao menos 4.950 pessoas morreram desde o início da escalada de violência na Palestina. Na Faixa de Gaza, 3.547 palestinos perderam a vida depois que Israel iniciou uma ofensiva sem precedentes em resposta às ações do grupo islâmico Hamas, de 7 de outubro. Cerca de 1.403 israelenses morreram naquele dia.

Além dos bombardeios aéreos, a Faixa de Gaza também vem sendo vítima de um bloqueio completo por Israel, não permitindo o reabastecimento de água, comida, energia e suprimentos hospitalares.

Tamanha violência contra o povo palestino tem desencadeado uma onda de protestos pelo Oriente Médio e norte da África (de maioria árabe), sobretudo após um atentado de Israel ao hospital al-Ahli Arab, matando mais de 500 pessoas.

No ocidente, manifestações também vem tomando as ruas apesar da repressão política. Na França, os atos ocorrem mesmo com a proibição de protestos pró-Palestina.

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