Ofensas a Maradona abalam a campanha de Milei na Argentina

Antigo ataque do postulante à presidência gerou críticas por uma postura contra o país. Milei também se desgastou ao receber apoio de políticos que tanto atacou

A campanha do candidato ultradireitista Javier Milei se desgastou ainda mais nesta semana. Apoiadores do falecido craque Diego Armando Maradona (1960-2020) recuperaram uma postagem de Milei na plataforma X (antigo Twitter) em que ele ironiza o ícone argentino ao chamá-lo por “Mardedroga” e compará-lo ao Rei Pelé de forma a desprestigiar o argentino.

A postagem surgiu na ocasião em que os argentinos celebram o aniversário do craque, no último 30 de outubro. Historicamente Maradona apoiou na maioria das vezes governos de esquerda, e não só em seu país.

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Ao criticar um ídolo nacional, acima de questões políticas, Milei deu um tiro no pé. Quem agradece é o candidato de esquerda, Sérgio Massa. O atual ministro da economia e que tem a missão dar continuidade ao “peronismo” está na frente nas pesquisas de intenção de voto no segundo turno.

Além disso, os apoios a Milei da candidata de direita que ficou na terceira colocação no primeiro turno, Patricia Bullrich, e do ex-presidente Mauricio Macri, ao que parece, não foram bem recebidos pelo eleitorado, uma vez que o candidato da ultradireita os criticou durante toda a campanha. Havia a expectativa de que grande parte dos votos de Bullrich migrasse automaticamente para Milei, o que poderia colocá-lo em vantagem – o que não aconteceu.

Dessa maneira, a postura dele durante toda a eleição e o exemplo negativo do Brasil com Jair Bolsonaro tem feito com que os argentinos estejam em alerta contra discursos demagogos e populistas. Assim, as críticas a Maradona são só mais um ingrediente nesta iminente derrocada.