Barroso coloca prazo para expulsão de invasores de Terras Indígenas

Presidente do STF estabeleceu que governo apresente plano de desintrusão para sete terras indígenas em 60 dias, com expulsão dos não indígenas em até um ano

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na última quinta-feira (9), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, determinou que no prazo 60 dias o governo apresente um plano de desintrusão para sete terras indígenas, que deverá ser executado em até um ano. A desintrusão consiste na expulsão dos não indígenas que ocupam os territórios.

As Terras Indígenas envolvidas são: Yanomami, Karipuna, Uru-Eu-Wau-Wau, Kayapó, Araribóia, Mundurucu e Trincheira Bacajá.

Caberá à Secretaria-Geral da Presidência apresentar o plano que será elaborado pelos ministérios da Justiça e Segurança Pública, dos Povos Indígenas e da Defesa.

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Na decisão Barroso ainda colocou que o Ministério da Saúde apresente em 90 dias um plano de ação para aperfeiçoar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena para ser executado em até um ano.

As decisões foram tomadas na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709 onde é colocado que:

“[…] para que a desintrusão seja efetiva e assegure a posse da terra para a comunidade indígena, é preciso estruturar uma intervenção governamental que foque também em medidas de médio e longo prazo, evitando que os invasores retornem às terras. Assim, não basta prever como os invasores serão removidos, é preciso estabelecer como a desintrusão será garantida em médio e longo prazo”.

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É lembrado ainda que existe uma demora excessiva na desintrusão nos sete territórios indígenas, que deveria ter ocorrido há 2 anos, situação que remonta ao governo Bolsonaro, que nada vez pelos povos indígenas, pelo contrário, levou a situação de calamidade encontrada na terra Yanomami no início de 2023, quando o governo Lula assumiu.

“No tocante à desintrusão, existem dois problemas principais. Primeiro, a demora excessiva para avançar na efetivação do Plano das 7 TIs. Passados mais de 2 (dois) anos desde a sua apresentação, o Governo Federal segue na tentativa de realizar a desintrusão de todas as terras indicadas, com pouca transparência sobre as medidas efetivamente adotadas, os critérios para avaliar o avanço da desintrusão, as metas específicas a serem atingidas e o cronograma para finalizar o processo”, traz a ADPF.