2023 será o ano mais quente da história, confirma observatório da UE

Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), da União Europeia, aponta seis meses consecutivos de recorde de calor e o novembro mais quente já registrado

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Pesquisadores do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), da União Europeia, divulgaram um relatório que aponta 2023 como o ano mais quente da história.

Conforme os dados, a temperatura média entre janeiro e novembro foi 0,13°C mais alta que o ano de 2016, anteriormente o ano mais quente já registrado. Dessa maneira, o registro do Copernicus marca que 2023 está 1,46°C acima da média pré-industrial de 1850-1900.

O dado corrobora documento da Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada a ONU, que chega na mesma conclusão ao apontar que o planeta está 1,4ºC acima da linha pré-industrial.

Recordes de calor

Segundo os pesquisadores do observatório europeu Copernicus, novembro marcou o sexto mês seguido de recorde de calor. Além disso, o ano teve dois dias mais quentes já registrados, com 2ºC acima do nível pré-industrial. Assim, todas estas observações convergem ao apontar este ano como o mais quente do planeta.

Samantha Burgess, diretora adjunta do C3S, observa que “as extraordinárias temperaturas globais de novembro, incluindo dois dias mais quentes do que 2ºC acima do nível pré-industrial, significam que 2023 é o ano mais quente já registrado na história.” 

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O diretor do C3S, Carlo Buontempo, não tem uma perspectiva animadora para os próximos anos: “Enquanto as concentrações de gases de efeito estufa continuarem a aumentar, não podemos esperar resultados diferentes daqueles observados este ano. A temperatura continuará a subir, assim como os impactos das ondas de calor e das secas”, disse ao pedir a redução das emissões de gases que geram riscos climáticos.

Novembro

Este novembro, o sexto mês consecutivo com recorde de calor, também marca o maior registro para o mês com a temperatura de superfície em 14,22°C, valor 0,85°C acima da média de novembro entre 1991-2020.

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O mês registrou uma temperatura 1,75°C mais quente do que uma estimativa da média de novembro para 1850-1900, linha de base pré-industrial. Portanto este é o novembro mais quente registrado, 0,32°C do que novembro de 2020, que possuía o recorde anterior.

*Com informações C3S