Eleição encerra 8 anos de extrema-direita na Polônia

Tusk volta ao poder disposto buscando uma reaproximação com a União Europeia, após longo período de confronto entre Varsóvia e Bruxelas

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A Polônia encerrou nesta quarta (13) oito anos do governo ultranacionalista e de extrema-direita do partido Lei e Justiça (PiS). O parlamento elegeu Donald Tusk, ex-primeiro ministro do país de 2007 a 2014 e ex-presidente do Conselho Europeu, de 2014 a 2019.

Em um discurso no Parlamento, Tusk prometeu, nesta terça (13), garantir bilhões de euros para a Polônia que foram congelados pela UE devido a preocupações com o estado de direito.

Durante os oito anos de governo PiS, a Polônia enquadrou a Justiça ao implantar um programa de reformas batizadas de “Lei da Focinheira”, que abria a possibilidade de demitir juízes que questionarem a reforma ou outros atos do partido do governo anterior.

A lei também aumenta o controle do governo sobre a escolha do próximo presidente da Suprema Corte da Polônia.

“A fidelidade às disposições da constituição será a marca registrada do nosso governo”, disse Tusk, acrescentando que acredita que o desejo dos eleitores de ver o estado de direito restabelecido estava por trás do comparecimento recorde às eleições de 15 de outubro.

O PiS ficou em primeiro lugar nas eleições, mas não tinha a maioria necessária para formar um governo, abrindo caminho para Tusk formar um governo que obteve a aprovação do Parlamento na terça.

Agora, Tusk terá duas semanas para fazer um discurso de abertura no parlamento, que então considerará a aprovação de um voto de confiança ou não nele. Se Tusk também receber um voto de censura, o presidente polaco terá o direito de escolher ele próprio um novo candidato a primeiro-ministro.

Tusk prometeu harmonizar as relações com Bruxelas, desbloqueando bilhões de euros em fundos destinados à Polônia, retidos devido a preocupações com o Estado de direito.

Nas eleições parlamentares realizadas em outubro, o partido PiS, que até recentemente governava a Polônia, conquistou 194 assentos no Sejm, de 460 membros, e reivindicou a vitória. Os partidos da oposição, por outro lado, conquistaram mais de 50% dos assentos combinados e fizeram um acordo de coligação, selecionando Tusk como seu candidato.

Apenas metade dos polacos acredita que um governo liderado por Donald Tusk poderia sobreviver a todo o mandato de quatro anos, revelou no último dia 16 um levantamento realizado pelo centro de investigação UCE da Polônia.

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