Cid depõe e terá que explicar plano para morte de LuLa, Alckmin e Moraes
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro pode perder os benefícios da delação. Entre as mensagens recuperadas, estavam os indícios que levaram a Polícia Federal a realizar a operação desta terça-feira (19)
Publicado 19/11/2024 10:42 | Editado 20/11/2024 07:25
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, vai prestar novo depoimento nesta terça-feira (19), às 14h, à Polícia Federal (PF), sobre os arquivos deletados e recuperados no seu celular por um aparelho israelense adquirido pela corporação. As mensagens revelaram novas conexões entre os golpistas.
Entre elas, estavam os indícios que levaram a PF a realizar a operação desta terça-feira (19) que resultou na prisão de quatro militares e um policial federal.
Eles planejavam golpe de estado e os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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Agora, além de correr o risco de perder os benefícios da delação premiada, por omitir informações, Cid terá que explicar sobre esses novos fatos e ainda as conexões entre os atos golpistas e o monitoramento de autoridades.
Os novos achados adiaram a conclusão do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado que caminhava para o indiciamento de Bolsonaro e os generais Walter Braga Netto [candidato a vice na chapa do ex-presidente], Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier.
O ex-ajudante de ordens foi preso em maio do ano passado e solto por decisão de Alexandre de Moraes. O ministro do STF aceitou a colaboração premiada do militar.
Ele deixou a prisão no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, em 9 de setembro do ano passado. Cid estava detido por envolvimento na falsificação do cartão de vacina contra a Covid-19 do ex-presidente e familiares.
O militar é peça chave para as investigações da PF no inquérito das milícias digitais e outras conexões.
Cid também é investigado pela venda nos Estados Unidos das joias sauditas, dadas como presentes por chefes de Estado ao ex-presidente.
A PF ainda encontrou no celular dele a troca de mensagens de cunho golpistas com outros militares e ainda uma minuta do documento Garantia da Lei e da Ordem (GLO).