Vereador Everaldo Augusto lança livro nesta sexta-feira
“Literatura e Documento: Histórias e Mitos na Primeira Narrativa de Herberto Sales” é o título do livro que o vereador comunista Everaldo Augusto lança na noite desta sexta-feira (19/10), às 18h, no Foyer do Centro Cultural da Câmara, na Praça Municipal,
Publicado 17/10/2007 01:00 | Editado 04/03/2020 16:21
No livro, fruto da dissertação de Mestrado em Literatura Brasileira apresentada ao Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, o vereador utiliza o romance O Cascalho do escritor baiano Herberto Sales para aprofundar o estudo sobre as características do texto literário de ficção, o seu caráter documental, a relação do texto ficcional com o texto histórico, a descentralização do mito pela literatura, o texto literário de ficção como retrato de um determinado contexto histórico, social político e cultural.
Lançada em 1944, O Cascalho foi a primeira obra de Herberto Sales e o projetou nos meios literários do país. O romance retrata o sertão da Bahia e as condições desumanas a que são submetidos os trabalhadores do garimpo no interior do Estado. A temática familiar ao sindicalista, facilitou a construção da dissertação de mestrado e do livro que segundo Everaldo Augusto, não é uma obra academicista. “A linguagem é bastante acessível, tanto aos estudantes, quantos aos amantes da literatura”, declarou.
O livro é ilustrado com imagens que contam a trajetória de Herberto Sales e traz ainda uma relação da sua rica bibliografia, que inclui os romances Além dos marimbus, Dados biográficos do finado Marcelino, Os pareceres do tempo e contos como Histórias ordinárias, Uma telha de menos e Armado cavaleiro o audaz motoqueiro. Herberto escreveu ainda uma série de obras voltadas para o público infanto-juvenil, entre eles O sobradinho dos pardais, A feiticeira da salina, A vaquinha sabida e O menino perdido.
Herberto Sales
Jornalista, contista, romancista e memorialista, Herberto de Azevedo Sales, nasceu em Andaraí, (BA), em 21 de setembro de 1917. Em 1971, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. No Rio de Janeiro, foi jornalista militante, com atividade nos ''Diários Associados'', de Assis Chateubriand, na área da revista “O Cruzeiro”. Em 1974 mudou-se para Brasília, onde foi por dez anos diretor do Instituto Nacional do Livro, e, por um ano, assessor da Presidência da República, sob José Sarney. A partir de 1986, por quatro anos, residiu em Paris, servindo como adido cultural à Embaixada brasileira. Regressando ao Brasil, fixou residência em São Pedro da Aldeia, onde levava vida isolada, de auto-exílio, o que deu motivo a ser chamado, em artigo de Josué Montello, ''O Solitário de São Pedro da Aldeia''. Faleceu no dia 13 de agosto de 1999, no Rio de Janeiro.
De Salvador,
Eliana Costa