Presidente da Fase deixa instituição

A presidente da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), Liliane Gonçalves Saraiva, pediu demissão nesta terça-feira (11). Em conversa com o secretário da Justiça e do Desenvolvimento Social, Fernando Schüller, ela alegou problemas particulares

A decisão não surpreendeu totalmente os servidores da Fase. Segundo a presidente da Associação dos Funcionários das Fundações Estaduais de Proteção Social e de Atendimento Especial Sócio-Educativo (Afufe), Elizabeth Arruda, Liliane tinha se mostrado uma boa profissional e disposta a implementar vários projetos. Apesar dos motivos particulares, Elizabeth avalia que a falta de políticas públicas na Fase deve ter pesado para a decisão.
 



“O governo do Estado, contingenciado pelas despesas e pela falta de dinheiro, agonizou ainda mais a crise que já vinha quando ela assumiu, de falta de condições para que os trabalhos se realizassem de forma mais adequada e com mais pertinência ao que a lei preconiza”, explica.


 



 
Além da falta de políticas públicas, Elizabeth relata que a Fase vem sofrendo com uma crise estrutural. As unidades na Capital e no interior apresentam superlotação, e o contingenciamento excessivo de horas-extras não permite que os trabalhadores executem todas as tarefas necessárias. Para a servidora, o governo precisa priorizar o atendimento às crianças e adolescentes.


 



 
“Está faltando tudo. Está faltando capacitação orientação para como lidar com os problemas, na parte de supervisão e acompanhamento institucional. Falta sabonete, escova de dente, pasta de dente, às vezes papel higiênico. Isso é de responsabilidade do Estado”, afirma.
 


 



Longe da direção da Fase, por onde permaneceu 14 meses, Liliane deve se dedicar agora à sua Organização Não-governamental (ONG) em Santo Ângelo, a Cededica. A entidade já se mostrou disposta a assumir o regime de semi-liberdade no Estado, por meio de parcerias com o governo, previstas na Lei das Oscips. A Afufe já se manifestou contrária ao repasse da gestão das fundações a ONGs, por entender que é obrigação do Estado a administração de serviços básicos para a população.


 



 
A direção da Fase, por enquanto, irá ficar com o chefe de gabinete da instituição, Irani Bernardes de Souza.


 


 


Agencia Chasque