Trabalhadores da Saúde em Betim entram em greve
Os servidores públicos da rede municipal de Saúde em Betim vão entrar em greve a partir desta sexta-feira (14). Na manhã desta quinta, os trabalhadores paralisaram suas atividades e centenas participaram de uma manifestação pelas principais ruas do cen
Publicado 13/03/2008 22:22 | Editado 04/03/2020 16:52
Os trabalhadores da Saúde estão em campanha por melhores condições de trabalho, salários e respeito. Segundo o Sind-Saúde/Betim, além de baixos, os salários da categoria estão defasados e vários foram direitos retirados. “Também sofremos com maus tratos, ameaças e perseguições praticadas pela maioria dos gerentes das unidades”, diz a coordenadora do Sindicato, Berenice de Freitas.
Em assembléia na noite desta quarta-feira, os médicos do SUS em Betim, que suspenderam o atendimento durante todo o dia de ontem, também decidiram manter a paralisação hoje. Segundo o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), os médicos também vão parar por mais três dias na semana que vem, das 7h do dia 17 às 7h do dia 20.
Os médicos repudiaram a atitude da Prefeitura de Betim, que enviou à Câmara Municipal um Projeto de Lei que concede reajuste de 8% aos servidores da Saúde. O projeto foi aprovado, por de 13 dos 16 parlamentares, na última terça-feira. Votaram contra os vereadores Geraldo Pimenta (PCdoB), Alex Amaral (PDT) e Eutair dos Santos (PT).
“Diante desses fatos que desconstroem o acordo de agenda permanente de negociações junto aos gestores, os médicos deliberaram pela continuidade do movimento”, disse o Sinmed em seu site.
Caos
O Sindicato também informa que a categoria está em assembléia permanente e, no dia 19, os médicos vão se reunir para avaliar os rumos dos acontecimentos e podem, inclusive, decidir por uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 20.
Os médicos exigem que a Prefeitura de Betim reabra as negociações, pois, além de não oferecer um reajuste equivalente aos valores praticados na Região Metropolitana de Belo Horizonte para fixar os médicos, a melhoria das condições de trabalho, principal reivindicação da categoria, não foi sequer mencionada no Projeto de Lei aprovado pela Câmara.
Sem médicos, enfermeiros e auxiliares, as unidades de saúde no município estão praticamente paradas. Apenas as urgências e emergências estão sendo atendidas. Há casos de usuários que foram encaminhados a hospitais de Belo Horizonte. A situação é ainda mais grave porque na vizinha cidade de Contagem os médicos também estão parados.
De Betim,
Eliezer Dias