O sonho do Senado continua

Os sonhos não envelhecem, ensinam os poetas. Quando as eleições de 2010 chegar, Camilo Cola, dono da Viação Itapemirim e Deputado Federal do ES, vai estar com 87 anos.  Tempo demais para os que não sonham, e de menos para quem acredita ter ainda m

Não é segredo para ninguém que o deputado federal cachoeirense alimenta o desejo de chegar ao Senado. Mas, como se sabe, não há poesia no campo duro e selvagem da política. Camilo trabalha na busca do seu sonho, mas esbarra em uma conjectura amplamente desfavorável dentro do seu partido. A possibilidade de o governador Paulo Hartung fazer uma dobradinha com o “eterno senador” Gerson Camata torna suas chances remotíssimas de sair candidato em 2010.


 


Algumas perspectivas poderiam ser projetadas até lá. Uma seria Camata ser candidato a governador, abrindo o campo para Camilo disputar uma vaga de senador. Outra, o próprio governador ter o nome emplacado para ser candidato a vice-presidente da República em uma chapa de nível nacional. Por fim, Hartung ou Camata desistirem de disputar o Senado. Sendo esta última opção a que tem menos chances de ocorrer.


 


Comenta-se que o deputado anda conversando com o senador Magno Malta (PR). O republicano estaria disposto a disputar o Governo do Estado em 2010 e deixaria de concorrer à reeleição abrindo espaço para Camilo. Mas para isso ele precisaria trocar de sigla. Aí tem outro problema: a fidelidade partidária. Se deixar o PMDB, Camilo corre o risco de perder o mandato atual. Isso não o torna inelegível em 2010, mas pode lhe causar desgaste junto ao eleitorado capixaba.


 


O deputado está numa sinuca de bico, mas ainda joga o jogo. Em recente encontro do PR em Cachoeiro de Itapemirim, Magno Malta chamou Camilo Cola de “meu senador”.  Apenas uma expressão cortês ou uma cantada explícita para atrair o peemedebista para seu partido, revelando e reforçando publicamente uma idéia já trabalhada em conversas reservadas.


 


Se disputar realmente o Governo em 2010, seria bom negócio para Magno ter Camilo ao seu lado. Como se sabe o deputado é também um dos maiores empresários do país, o que facilitaria recursos para a disputa. Em troca o senador deixaria o caminho do Senado livre para ele e, de quebra, ainda lhe ajudaria a ter votos na Grande Vitória onde o peemedebista foi muito mal na disputa passada.  Seria uma bela troca ou uma ajuda mútua, para usar um termo mais civilizado.


 


Camilo foi candidato a senador em 82.  Em 86 participou da “macaca”, onde acabaram eleitos Max Mauro (Governo) e Camata (Senado). Ele perdeu a segunda vaga para João Calmon. Ficou uma frustração, mas não morreu o sonho que pode ser renovado agora em 2010. Com força e com vontade, antes que seja tarde.


 


*Ilauro Oliveira é graduado em História.


*Fonte: Atenas Notícias.


 




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