Lula Morais lembra os 89 anos de fundação do Partido Comunista

O deputado Lula Morais (PCdoB) lembrou, nesta quinta-feira (31/03), os 89 anos de existência do Partido Comunista do Brasil. Segundo ele, a sigla participa da vida do País desde 25 de março de 1922, quando foi registrada em cartório eleitoral. Porém, após sete meses de existência foi colocado na ilegalidade e na clandestinidade.

Para Lula, a burguesia nunca quis um partido que lutasse pelas causas dos trabalhadores. Conforme o parlamentar, o PCdoB foi o primeiro a levantar a causa da reforma agrária e lutar pela criação das leis trabalhistas, o que só viria a acontecer em 1943. Por 69 anos, como alegou o comunista, o PCdoB foi perseguido e os militantes caçados. “Nunca saímos da luta do povo”, afirmou, lembrando a formação da Aliança Nacional Libertadora, que enfrentou a ditadura de Vargas, e em 1945 uniu-se às forças contra o nazismo.

Ao retornar à legalidade, o PCdoB elegeu 10% do Congresso e um Senador, em 1945. Lula Morais disse que na Constituinte realizada naquele ano está marcada a liberdade de culto religioso, de iniciativa do constituinte Jorge Amado, permitindo que os negros e evangélicos exercitassem a sua religiosidade. O deputado lembrou também as campanhas em defesa da soberania, como a do Petróleo é Nosso. “Fomos sujeitos ativos da nossa história”.

Lula Morais destacou que no final da década de 1950, um grupo mudou o nome para PCB, negando a denominação originária de 1922 e assumindo estatuto. Em seguida, revolucionários comandados por João Amazonas reorganizaram o velho PCdoB, adotando a legenda. “Era pequeno, mas com muita visão da realidade. Nós sabíamos que o golpe militar de 1964 iria ser um período negro da história do País”, disse.

De acordo com o parlamentar, para fugir da eliminação física, alguns comunistas tiveram que se esconder no Araguaia. Cerca de 70 jovens, entre estes alguns cearenses, como Bergson Gurjão, Custódio Saraiva, Dover Cavalcante e Genoíno Neto, constituíram o movimento, que é contado em parte na novela da rede Globo, conforme explicou o parlamentar.

Depois da clandestinidade, o PCdoB ressurge na luta pelas eleições diretas. “Desde a redemocratização, há 26 anos, estamos vivenciando o período mais promissor da história do Brasil. Avançamos com a eleição de Dilma, que se comprometeu, e é militante oriunda desta luta. Foi perseguida, torturada, presa. Essa é a história do nosso partido, da nossa luta, e luta do povo“.

Em aparte, o deputado Antonio Carlos (PT) disse que o partido não se tornou o maior partido do Ocidente, nem do País, mas quem contar a história do Brasil, sem falar do PCdoB estará contando uma história pela metade. Ely Aguiar (PSDC) afirmou que sua ideologia é diferente. E fica inquieto, quando os comunistas falam do golpe militar. “Foi um remédio amargo, mas seria pior se fosse implantado um regime totalitário, que mais matou gente”.

Em resposta, Lula Morais disse que compreende as afirmativas. Mas revelou que na época o PCdoB também criticou a invasão. “Não foram os comunistas que fizeram isso, mas em nome do comunismo” disse.

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Fonte: Agência de Noticias da Assembleia Legislativa