Central Obreira da Bolívia mantém tentativas de greve geral
Várias organizações departamentais, afiliadas à Central Obreira Departamental (COB), se somam nesta terça-feira (7) às medidas de pressão para tentar um incremento nas rendas de aposentadoria, embora o governo tenha pedido o contrário. A COB de Chuquisaca advertiu que desde esta terça lotará a praça 25 de maio de Sucre, no início de uma greve geral indefinida, que segue sem ganhar todos os adeptos que buscavam os organizadores, no resto do país.
Publicado 07/05/2013 12:03

Em Sucre, os protestos se estenderão nesta quarta a todos os pontos da cidade, em uma tentativa de fazer o governo aceitar a Lei de Pensões, até conseguir que se aprove a aposentadoria com 100% do salário dos trabalhadores. Entretanto, e apesar das pensões da COB, a maioria dos sindicatos afiliados não determinou se sairá às ruas ou não.
Uma situação similar se verifica na cidade central de Cochabamba, onde a Universidade Mayor de San Simón suspendeu as aulas durante terça e quarta para somar-se aos protestos, o mesmo ocorrido com as atividades do hospital de Viedma.
Até o momento, os universitários e os trabalhadores da saúde estão entre os poucos que anunciaram mobilizações e bloqueios em resposta à convocação da COB.
Na véspera, estradas de acesso à capital boliviana La Paz e a Cochabamba foram cortadas por grupos aliados à COB, embora no fim do dia agentes oficiais conseguiram desbloqueá-la, com um saldo de sete feridos, entre policiais e civis.
Os manifestantes usaram dinamite, pedras e paus contra a polícia, que deteve 37 pessoas, liberadas em seguida.
Depois destas ações, o vice-ministro do Interior e da Polícia, Jorge Pérez, exortou os dirigentes da COB a respeitar o direito dos bolivianos de transitar livremente e a resolver as demandas na mesa de diálogo.
Segundo Pérez, o governo atendeu a uma exigência bastante ampla apresentada pela COB e resolveu em sua totalidade as demandas e sugestões dos trabalhadores, razão pela qual considerou injusta a decisão da COB de assumir medidas de pressão.
Eugenio Rojas, senador do Movimento Ao Socialismo (MAS), também aderiu ao pedido de diálogo à COB, com a intenção de não prejudicar a população.
"Eu digo à Central Obreira Boliviana, aos dirigentes, às confederações, federações e aos distintos setores que não é bom bloquear, abandonando os trabalhos, prejudicando outros cidadãos, porque é preciso debater, discutir ainda, como convoca o Executivo", insistiu.
A COB pretende que o Estado incremente o Fundo Solidário para elevar as pensões dos mineiros a oito mil bolivianos (1.147 dólares) e a cinco mil bolivianos ao resto dos setores.
Até o momento, além da disposição ao diálogo, o governo reiterou que o pedido é impossível porque colapsaria o sistema em poucos anos.
Analistas consideram que a posição da entidade obreira tem fins eleitorais, porque busca apenas publicidade para as eleições gerais de 2014, na qual pretende apresentar-se como partido político.
Fonte: Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho