Farc expõem propostas sobre substituição de cultivos ilícitos
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Farc expuseram neste domingo (19) em Havana, onde se desenvolvem os diálogos de paz, propostas estruturais mínimas para a superação dos usos ilícitos dos cultivos de coca, papoula e maconha na Colômbia.
Publicado 20/01/2014 07:14

Tais iniciativas foram expostas por Marco León Calarcá, um dos delegados das Farc nos diálogos de paz que há 14 meses se realizam em Havana com o governo colombiano, para pôr fim a um conflito que já dura mais de meio século.
Como parte de sua política antidrogas para a soberania e o bem viver dos pobres do campo, o grupo guerrilheiro se pronunciou a favor da implementação do Programa Nacional de substituição dos usos ilícitos dos cultivos de folha de coca, papoula e maconha, previamente apresentado na 19ª rodada de conversações.
Concluíram que as causas fundamentais do aparecimento e a expansão de tais empregos são de caráter socioeconômico e se encontram na pobreza e miséria dos despossuídos, expropriados e desalojados do campo, das comunidades camponesas, indígenas e afrodescendentes.
Diante esta situação, a política de superação dos usos ilícitos se entenderá como um capítulo especial do processo de reforma rural e agrária integral, socioambiental, democrática e participativa, afirmou Calarcá.
Igualmente, as Farc defenderam o reconhecimento e o respeito dos territórios das comunidades camponesas, indígenas e afrodescendentes, tendo em conta que parte importante dos cultivos de coca, papoula e maconha se acha nas regiões que ocupam estes setores populacionais.
Calarcá disse que as políticas tendentes a essa substituição se fundamentarão na proteção constitucional e legal desses territórios, incluídos o reconhecimento e o respeito à autonomia das comunidades em seu governo e gerenciamento, bem como o direito à consulta prévia.
A guerrilha defendeu também a prevalência dos direitos humanos nessas políticas, com ênfase em um enfoque integral em que terão especial atenção as mulheres e jovens cultivadores de coca, papoula e maconha. Para a massa trabalhadora dedicada a tais cultivos consideraram tais medidas especiais tendentes a garantir o acesso à terra, sua incorporação estável nas comunidades camponesas, trabalho e rendimentos dignos e, em geral, garantias para o pleno desfrute dos direitos humanos integrais, enfatizou Calarcá.
Prensa Latina