Governo da Bahia contesta “desumanidade” de Bolsonaro contra lockdown
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que Bolsonaro ‘atrapalha’ o combate à pandemia e que é ‘aliado do vírus’
Publicado 19/03/2021 16:21 | Editado 19/03/2021 16:25

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que a ação apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) mostra que ele é “desumano e “aliado do vírus e das mortes” causadas pela covid-19. Bolsonaro pediu ao Supremo que sejam suspensos os decretos com restrições no Distrito Federal, na Bahia e no Rio Grande do Sul.
“Mais uma vez o presidente mostra a sua desumanidade, frieza, falta de empatia com a vida humana e demonstra ser mais uma vez um grande aliado do vírus e da morte. Ele não cansa de dar demonstrações de desprezo pelo próximo”, disse o governador, em entrevista à TV Aratu.
Costa afirmou que já acionou a PGE (Procuradoria Geral do Estado) da Bahia para articular com a PGE do Rio Grande do Sul e responder ao presidente, que segundo ele, vem “atrapalhando” o combate à pandemia.
O governador criticou a simulação feita durante a live de ontem, pelo presidente, de uma pessoa com falta de ar. “Chega a ser repugnante. Eu nunca imaginei o Brasil chegar a uma situação dessa, com um presidente com tamanha falta de responsabilidade, empatia e falta de solidariedade”.
A imitação se deu quando o presidente explicava a importância do tratamento precoce contra covid-19, que ele recomenda insistentemente, mesmo com contraindicação de cientistas e entidades médicas. Ele menciona orientação do ex-ministro da saúde, Luis Eduardo Mandetta, quando dizia que ao sentir falta de ar, o doente deveria procurar imediatamente o hospital. Bolsonaro diz que esta pessoa já deveria ter usado cloroquina e vermectina para prevenir a falta de ar.
Além de Costa, na Bahia, a ação apresentada por Bolsonaro tem como alvo os governadores Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, e Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul. Ibaneis já afirmou que os decretos de restrições “não têm nada de inconstitucionais”.
O gaúcho publicou um vídeo no Twitter para criticar o presidente, reforçando que a lei federal dá competência aos estados para restringir circulação de pessoas.
“O presidente Bolsonaro mais uma vez chega atrasado. Não é de surpreender. Já atrasou o país na compra de vacinas. Chega atrasado agora, uma vez que nosso decreto tem vigência prevista até dia 21, domingo. Na segunda-feira teremos outras restrições diferenciadas”, explicou Eduardo Leite, reforçando o pedido para que Bolsonaro compre mais vacinas contra covid-19.
O presidente, que já atrasou o país na compra de vacinas, agora chega atrasado na ação no STF contra o nosso decreto com as restrições para o enfrentamento à pandemia. Nossa energia não está direcionada para o confronto, mas sim para salvar vidas e superar esse grave momento. pic.twitter.com/5DIsxt8gYt
— Eduardo Leite (@EduardoLeite_) March 19, 2021