A luta pela independência do Brasil no século XXI

A trincheira imediata impõe concentrar forças para o êxito do governo Lula. E para tanto é preciso reinaugurar na cena política do país a mais ampla, consistente e unitária mobilização popular.

Iluminação alusiva ao 7 de Setembro. Foto: Lula Oficial

A celebração do 7 de Setembro, hoje, acontece marcada pela reafirmação da democracia — como bem assinalou o presidente Lula em pronunciamento transmitido em rede nacional, ontem —, em contraposição às sucessivas ameaças golpistas promovidas no governo anterior pelo então presidente Bolsonaro.

Correto.

Mas é preciso olhar um pouco adiante: acentuar o peso estratégico da soberania nacional.

No mundo de hoje, marcado pela transição da ordem geopolítica unipolar (sob o tacão financeiro e militar norte-americano), na qual os mecanismos de troca comercial e as regras de convivência são determinadas, em última instância, pelas chamadas grandes potências, a uma possível nova multipolaridade, impossível é o pleno desenvolvimento do país sem o Estado nacional forte e a afirmação da própria soberania.

É o que pensamos e o que nos inspira a nós militantes do PCdoB ao comparecermos às ruas hoje empunhando a bandeira do Brasil.

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É a nossa concepção programática da luta do povo brasileiro nas circunstâncias atuais.

Tanto quanto a Independência consignada em 1822 se deveu fundamentalmente a lutas renhidas do povo brasileiro — como bem assinala o Programa Socialista para o Brasil —, hoje esse desafio se coloca com muito maior dimensão e complexidade.

Do ponto de vista estratégico, funde-se com o próprio ideal de superação da sociedade capitalista em nosso país.

As tarefas são de enorme magnitude. Ultrapassam em muito os limites do atual governo, que sob a condução hábil e consequente do presidente Lula, empenha-se na transição entre a situação herdada dos governos Temer e Bolsonaro — que inclusive estabeleceram o alinhamento estratégico com os EUA, na prática renunciando à nossa soberania — a um novo ciclo de transformações de caráter progressista.

Assim, a jornada pela plena independência nacional certamente é longa. 
 
Dá sentido ao que consideramos “terceiro ciclo civilizacional” na trajetória da nação.
 
Contrapõe-se a poderosos interesses de classe internos e externos. Bate de frente com o capital financeiro, o ascendente agronegócio exportador fundado na preservação do grande latifúndio e com a submissão à orientação geopolítica norte-americana.
 
A trincheira imediata impõe concentrar forças no sentido do êxito do governo Lula. E para tanto é preciso reinaugurar na cena política do país uma vertente indispensável: a mais ampla, consistente e unitária mobilização popular.

Que as celebrações deste 7 de Setembro possam motivar nossa gente empenhada na luta cotidiana sindical, estudantil, comunitária, identitária e temática a abordá-las programaticamente.

Para que o Brasil se torne “uma nação livre, plenamente soberana, forte e influente, justa e generosa com seus filhos e solidária com os povos do mundo.”

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