Afrodescendentes

A Declaração Universal dos Direitos Humanos possui entre seus princípios o respeito, a proteção e o cumprimento dos direitos e liberdades fundamentais de todo e qualquer ser humano. Infelizmente, pesquisas e estudos diversos nos mostram que a promoção de tais valores não se aplica a todos, quando falamos dos afrodescendentes.

Atualmente, há cerca de 200 milhões de pessoas que vivem nas Américas e se declaram afrodescendentes. A maioria é vítima constante de discriminação social, econômica e política por conta da cor. Descendentes de escravizados ou imigrantes refugiados, o número aumenta a cada ano e apesar de alguns avanços, a intolerância, violência e desigualdade continuam a se manifestar de diversas formas e refletem diretamente no acesso à educação, saúde, moradia, emprego e segurança.

Por conta desta vulnerabilidade, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou no ano passado a Década Internacional de Afrodescendentes, programa que contará com uma série de atividades e iniciativas voltadas ao reconhecimento, justiça e desenvolvimento desta população. Implementada em vários níveis, a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial também fará sua contribuição por meio de ações que ocorrerão este mês em parceria com outros órgãos, como a Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo.

Muito mais do que medidas políticas e sociais que devem ser priorizadas e exigidas pela população, o período é uma oportunidade para promovermos uma maior conscientização da importância histórica e cultural dos afrodescendentes e ampliarmos o debate sobre a discriminação racial no Brasil. Um país tradicionalmente visto como acolhedor, mas onde esta máxima parece falhar quando o assunto envolve relações raciais entre negros e brancos, como demonstram todos os indicadores sociais, educacionais e econômicos.

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