Bloqueios do crescimento

O Banco Central, conluiado com o sistema financeiro privado e com amplo apoio da mídia conservadora, fomenta o ambiente para o bloqueio do crescimento da economia.  E avança: fez com que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta

Segundo o Decreto nº 6.439, publicado ontem no Diário Oficial da União, estão contingenciados R$ 19,2 bilhões no Poder Executivo, com destaque para o Ministério das Cidades, que terá o maior corte nominal no orçamento do Executivo neste ano: R$ 2,720 bilhões – prejudicando programas de ciclovias, de habitações de interesse social e de infra-estrutura. Péssimo para nossas cidades, tão carentes de recursos para investimentos em intervenções físicas em favor da melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes.


 


Quatro outros ministérios também são duramente atingidos: Saúde (R$ 2, 594 bilhões), Turismo (R$ 2,233 bilhões), Defesa (R$ 1,905 bilhões), e Educação (R$ 1,612).


 


O pretexto é falacioso: pressão inflacionária. Entretanto, a rigor não se pode afirmar que o país esteja ameaçado pela inflação. Há, sim, uma expansão expressiva do consumo impulsionado pelos aumentos reais do salário-mínimo e da massa salarial, e pela ampliação do crédito. Porém nada que a base produtiva em incremento não suporte.


 


Demais, há uma relativa estabilidade de nossa economia assentada no crescimento do PIB; no equilíbrio entre investimentos produtivos e consumo.


 


Bom, apesar disso e como freqüentemente acontece, prevalecem os interesses imediatos do capital rentista que encosta o governo contra a parede – e o governo cede. 



E os banqueiros, como ficam? Segundo informa o Valor Econômico, nem esperaram o anúncio do aumento da Selic, na semana passada, para elevar os juros. Novas tabelas das taxas para financiamento de veículos chegaram às revendas de automóveis um dia antes. Enquanto o crédito para empresas também ficou mais caro, com elevação média de 0,12 ponto percentual na taxa efetiva do capital de giro e desconto de duplicatas.


 


Enquanto isso, no noticiário dominante pontificam o denuncismo irresponsável e a seqüência de factóides fabricados pela oposição, como se o Brasil real fosse movido a dossiês e a cartões corporativos.

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