Novo corte nas Federais – o ranço da extrema direita com a educação

Temos um xadrez a ser jogado ainda até o fim deste famigerado mandato, saber quais peças mexer e como atuar é o desafio do presente

Foto: BdF

Final de novembro de 2022, Lula eleito, Brasil disputando a Copa do Mundo. Cenário ideal para o povo finalmente ter uma trégua depois de quase quatro anos do pior governo que tivemos desde a redemocratização.

Mas, como diz o dito popular, alegria de pobre dura pouco. Numa das manobras mais sórdidas já assistidas na política brasileira, o governo Bolsonaro bloqueou (e depois avisou) todo o orçamento disponível das Universidades e Institutos Federais sob o argumento de obedecer ao teto de gastos, o mesmo que durante as eleições o presidente desrespeitou em pelo menos 40 bilhões de reais, segundo contam alguns que estão na comissão de transição governamental.

Leia também: Bolsonaro raspa cofres e pode paralisar universidades

É claro como a água que esta manobra não tem nenhum sentido, em 30 dias o mandrião deixa de ser presidente e (espero) começaremos uma nova era. As ações típicas de um menino mimado que este cidadão faz, nada mais são que formas de retaliação contra um setor que jogou peso contra sua reeleição.

Apostando no tumulto, a ideia do líder dos extremistas de direita é criar o caos nas Instituições de Ensino Federais, deixando-as sem recurso para pagar luz, água e, até mesmo, os terceirizados, a não ser, claro, que as verbas já tenham sido empenhadas antes do famigerado corte, realizado no último dia 28, à tarde.

Para nós, servidores das Universidades e Institutos Federais, sobram dois caminhos. O primeiro, junto com os sindicatos, o Conif e a Andifes, é pressionar os parlamentares federais e a comissão de transição para que consigam reverter este absurdo bloqueio.

O segundo, mais difícil pela conjuntura de Copa do Mundo e proximidade dos recessos natalinos, é a mobilização popular, importante, mas não tão simples, em parte pela conjuntura que expliquei acima e, por outro lado, soma-se o cansaço da militância após a árdua tarefa de eleger Lula em dois turnos para manter a democracia viva.

Leia também: Calote de Bolsonaro nas universidades dificulta pesquisa científica

O fato é que temos um xadrez a ser jogado ainda até o fim deste famigerado mandato, saber quais peças mexer e como atuar é o desafio do presente, ainda mais com as chocantes notícias que chegam dos que estão na transição, como o corte quase total da verba da Farmácia Popular e da Educação Infantil, situações inimagináveis alguns anos atrás.

Sigamos em luta nas redes e, se tivermos forças, nas ruas para terminar de varrer para o lixo da história Bolsonaro e sua corja extremista, para que nunca mais voltem a colocar a democracia brasileira em risco e tentarem destruir um de nossos maiores patrimônios, a rede federal de ensino.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor