O País em Luta contra o Mandrião: precisamos salvar o futuro

Ficará na história como, em quase três anos de governo, uma gestão foi capaz de promover a mais completa destruição das bases do Estado brasileiro

Fotomontagem feita com as fotos de: Felipe Betim/El Pais; Pilar Olivares/Folhapress; Natália Moraes/CartaCapital; Eraldo Peres/AP

A ocupação do aparelho de Estado por uma verdadeira gangue, que de forma grosseira implementou a mais completa subordinação do interesse público à uma malta rapineira, revela a fragilidade da democracia representativa, especialmente no que se refere ao seu aspecto político, na medida em que, devido à manipulação eleitoral, que é feita há décadas, esse grupo pode, enfim assenhorar-se do poder central.

A cada sessão da “CPI da pandemia”, o país se depara com uma falcatrua, uma cilada, uma enrolação, um furto, uma falsificação ou apresentados aos patéticos senadores que tentam, de forma muito rudimentar, defender o Mandrião. Tarefa impossível, é claro.

Você, leitor, pode escolher qualquer setor da sociedade ou da economia, e lá encontraremos os efeitos desgraçados desse desgoverno destrutivo. É como se uma manada furiosa invadisse uma plantação e a destruísse na passagem.

Ficará na história como, em quase três anos de governo, uma gestão foi capaz de promover a mais completa destruição das bases do Estado brasileiro, quer por um conjunto de atos, alguns deles a margem da lei, e aqui deixo de fora a ética, pois é conceito desconhecido pelo Mandrião e sua caterva, quer simplesmente pelo mais absoluto abandono de políticas públicas, todas elas justificadas pelo ideologismo mais rasteiro, colocando um país sob o manto da ignorância.

A ocupação, e esse é o termo, de pessoas desqualificadas em postos chaves da economia, saúde, energia, ciência, meio-ambiente, cultura, transportes, etc., tornou o ambiente de gestão uma barafunda administrativa, desnorteando os agentes públicos e achincalhando o que se tinha construído ao longo de décadas em termos de administração pública.

Foto: Presidência da República

Em apenas dois anos e meio as pessoas perambulando, como zumbis errantes, voltaram a se postar nas portas das padarias, conveniências, pedindo ajuda, pedindo comida; canteiros voltaram a ser palco da imagem de famílias famintas, desesperançadas, mãos estendidas, esperando que alguém veja seu estado e lhe dê moedas ou pequenas notas para que possam fugir da fome, pelo menos um dia.

Na periferia reina o desemprego, principalmente entre os mais jovens, geração condenada a desconfiar do futuro, principalmente se for negro, pois a cultura da “violência branca” exposta por esse governo, o fez virar alvo. Desemprego, desalento, sub ocupação, “uberização”, empregos totalmente sem proteção social, queda da renda do trabalho e, para aqueles que ainda escapam da crise, sobre trabalhado, afetando a saúde física e mental do trabalhador.

Vítima da cilada e da manipulação, milhões abraçaram esse sonho, que virou pesadelo em pouco tempo, e agora chega às raias do delírio. Enquanto as hordas errantes dos bolsonaristas assustam os transeuntes, muitos dos seus patrocinadores, principalmente o agronegócio, trabalham ostensivamente para sabotar o país, o que realmente é uma coisa completamente desconectada da realidade, mas que explica bem o que estamos passando.

Bolsonaro é o Mandrião que transformou um país que caminhava para o futuro, com dificuldades é verdade, num arremedo de nação, dividida, doente, pobre e ignorante. Sustentado pela elite rastaquera, que tem um ranço histórico com os pobres e negros, ele ergueu um sistema, o “milicianato”, que se infiltrou em todas as esferas da vida pública, expurgando, inclusive o falso moralismo “lavajeteiro”.

Espera-se que sua queda, em andamento, seja persistente e que a sociedade civil mais organizada tenha forças para brecar a queda e iniciar um difícil e longa recolocação do BraZil no rol dos países civilizados, e numa nação que reconheça os trabalhadores como a essência de sua riqueza.

Uma nova mudança em breve vai acontecer, e precisamos todos rejuvenescer lutando por esse país.

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