O "próprio"sou eu
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Publicado 15/09/2016 09:07
Já tratei disso aqui, salvo engano, umas duas vezes. Vejam:
– Boa noite! Preciso falar com o próprio. Desde já sou grata – leio hoje cedo a mensagem in box.
– "O próprio" sou eu mesmo, respondo. Facebook, Twitter, WhatsApp, Instagram e e-mail quem cuida sou eu, são pe ssoais e intransferíveis.
Ninguém sequer tem as senhas de acesso.
Não terceirizo amizades e me esforço muito para dialogar em tempo real.
E também atender em meu gabinete quem me solicita.
Nem sempre consigo imediatamente, a pesada agenda dificulta. E, eventualmente, por atraso na leitura das mensagens, pode até me escapar alguém.
Atendo por dever e prazer. A vida inteira me alimento do diálogo, aprendemos uns com os outros — inclusive nas divergências.
Sempre repito a frase de D. Hélder Câmara: "Se se tu diverges de mim, me enriqueces." É a síntese do respeito mútuo e da tolerância.
Agressões eventuais e manifestações de exacerbado sectarismo, no Facebook e nas outras redes, simplesmente ignoro.
Críticas, ao contrário, merecem toda a atenção. Fazem parte do aprendizado mútuo.
E assim a vida segue. Solidariamente.
Adendo:
Após esse diálogo no “face”, amplamente “curtido” e “compartilhado” e alvo de inúmeros comentários, fui criticado por alguns, com agressividade ou ironia, porque me solidarizei com o amigo ex-prefeito João Paulo quando da agressão que ele sofreu, dias atrás, no Shopping Rio Mar. Como se fosse estranho amigos momentaneamente em pólos opostos na disputa eleitoral manterem seus laços de amizade e de solidariedade.
Isso me fez lembrar a frase atribuída a Nelson Rodrigues: “No Maracanã, se vaia até minuto de silêncio!”
Nesse imenso e ilimitado “Maracanã” que são as redes sociais, o indivíduo se sente protegido por não estar frente a frente com o interlocutor, olhos nos olhos, e escreve o que bem entende – sejam quais forem as consequências.
Faz parte do aprendizado coletivo no exercício da relativa liberdade que as redes sociais proporcionam, onde cada cidadão gera conteúdos conforme suas convicções e eventuais idiossincrasias. Faz parte.
Ainda bem que a imensa maioria opta pelo bom uso dessas ferramentas, fazendo fluir o bom debate de ideias e a troca de experiências e a construção de amizades para além do contato virtual.