Não sei em que nível mantiveram algum contato a presidenta eleita Dilma Rousseff e esses dois líderes de presença marcante na História recente do Brasil, João Amazonas e Miguel Arraes. Mas há uma linha de convergência entre o pensamento dos três.
Nas duas gestões consecutivas do prefeito João Paulo, no Recife, de quem fui com muita honra o vice-prefeito, adotamos como rotina recepcionar novos funcionários concursados com uma breve conversa, na qual discutíamos temas relevantes que incidem sobre a gestão pública. Na minha fala, invariavelmente introduzia a questão de gênero, que incluo entre os pilares de um governo de sentido popular e democrático.
Nas duas gestões consecutivas do prefeito João Paulo, no Recife, de quem fui com muita honra o vice-prefeito, adotamos como rotina recepcionar novos funcionários concursados com uma breve conversa, na qual discutíamos temas relevantes que incidem sobre a gestão pública. Na minha fala, invariavelmente introduzia a questão de gênero, que incluo entre os pilares de um governo de sentido popular e democrático.
Segundo turno, reta final da peleja pela presidência da República, cotejam-se índices de preferência do eleitorado sob múltiplos ângulos – dentre eles, as diferenças regionais. O Nordeste desponta, tal como no primeiro turno, como fator importante, talvez decisivo, na quebra de braço entre Dilma e Serra.
Ao final do debate na Rede Band de Televisão, o senador Sérgio Guerra (PSDB) de Pernambuco, presidente nacional dos tucanos, saiu-se com essa belezura: o centro da campanha no segundo turno deve ser a questão do aborto, e não o tema das privatizações destacado por Dilma.
Inaldo Sampaio, colunista da Folha de Pernambuco (um dos poucos que ainda guardam isenção analítica), observa com propriedade que Serra, depois de quase quarenta anos de vida pública, vendo-se em dificuldade no pleito atual, “aderiu de vez à demagogia”.
Escrevi sobre isso aqui no Vermelho, num dos recentes momentos eleitorais. A utilidade da leitura do 18 Brumário de Luís Bonaparte, a primeira análise de uma situação política determinada (a da França) escrita à luz do materialismo histórico, justamente pelo seu fundador teórico, Karl Marx, entre dezembro de 1851 a março de 1852.
Todo candidato necessidade sustentar um discurso – a um só tempo correto, coerente e permeado por propostas factíveis. Mais: é preciso difundi-lo em termos compreensíveis e capazes de atrair apoios e, se possível, emocionar o eleitor.