O Plano Pró Brasil pretende se converter em um programa de investimentos em áreas carentes, em especial na infraestrutura. Bastou o anúncio da embalagem, ainda sem o conteúdo, para que Paulo Guedes acusasse o golpe e partisse para uma luta de bastidores e para a disputa de espaço nos grandes meios de comunicação.
Ao esquecer as necessidades emergenciais dos setores da base de nossa pirâmide da desigualdade, o governo do capitão só fez piorar as condições sociais e econômicas em que a pandemia surgiu.
A gravidade da crise internacional provocada pela emergência da pandemia do covid 19 ganha ares de uma quase unanimidade. Até mesmo dirigentes políticos da extrema direita no cenário internacional, como Donald Trump dos Estados Unidos e Boris Jonhson da Inglaterra, mudaram de estratégia e passaram a reconhecer a necessidade de conferir a essa crise o tratamento grave que ela merece.
Por meio da medida, fica explícito que a excepcionalidade do momento da pandemia autoriza também a União a adotar um “regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para atender as necessidades dela decorrentes”.
“Se não aprovarmos a Reforma Trabalhista, as empresas quebram. Será o único modo de reduzir o desemprego”.
A cada dia que passa a crise do coronavírus se agrava em termos exponenciais. Bolsonaro e Paulo Guedes estão há várias semanas se recusando a encarar a gravidade da situação.
A obsessão do superministro da economia com a manutenção da opção austericida é algo que impressiona até mesmo setores que estavam com ele até anteontem, um pouco antes da eclosão da crise do coronavírus.
“Enquanto as coisas andam mais ou menos como previsto pelos grandes jogadores (o interessante é que, em inglês, o termo usado é mesmo “player”), o “game” segue em frente, com algumas perdas e muitos ganhos. Mas como se trata de uma falsa pirâmide da alegria, ao menor sobressalto inesperado, o sistema todo é colocado em xeque. “
Os grandes meios de comunicação praticamente não falam de outra coisa. Afinal, o quadro de risco grave na saúde pública mundial não pode ser desprezado de modo algum. Depois de o fenômeno do coronavírus ter ultrapassado os limites da cidade de Wuhan, na província chinesa de Hubei, o surgimento de novos casos se dá em ritmo geométrico e alcança praticamente todos os cantos do planeta.
Alguém que incorpora de forma doutrinária a defesa dos interesses do financismo internacional nunca poderia ser nosso (super) Ministro da Economia. E muito menos ainda em um momento onde a marca do quadro transcontinental é o do “salve-se quem puder”.
“A promessa mais recente do superministro foi feita há poucos dias na sede da outrora toda poderosa FIESP, em São Paulo. Como é amplamente sabido, o fenômeno da desindustrialização tem atingido de morte o parque manufatureiro nacional.”