Percepção dos brasileiros se justifica num momento em que, em meio à pandemia de Covid-19, o governo Bolsonaro tem fracassado nas medidas para estimular a retomada da economia
Grupos de alimentos e bebidas e transportes representaram cerca de 89% da alta do IPCA de novembro
O grupo alimentação e bebidas acumula alta de 12,12% no ano. Em novembro, registraram alta itens como carnes (4,89%), arroz (8,29%) e batata inglesa (33,37%).
A redução do valor do auxílio emergencial pelo governo, justamente no momento em que há uma elevação geral de preços, tem sido motivo de críticas.
A elevação dos preços da indústria, que em última instância afetarão o consumidor, é mais um indício no sentido de uma alta generalizada do custo de vida, que tem atingido em especial as classes mais baixas.
O Índice de Preços ao Produtor, divulgado pelo IBGE, aumentou 2,37% em setembro e acumula elevação de 13,46% no ano.
Levantamento também evidencia importância do auxílio emergencial: para 72,2%, pagamento deve continuar mesmo após dezembro.
Alimentos puxaram a elevação do índice, com aumento médio de 22,34% do óleo de soja, 18,48% do arroz e 14,25% do tomate.
O que estamos assistindo não é uma escalada inflacionária. Embora algumas mercadorias estejam mais caras, a paralisia da economia, com alto desemprego e redução do consumo, não é suficiente para provocar um aumento da demanda.
No acumulado de 12 meses, a inflação para a classe de renda muito baixa (4,3%) foi mais que o dobro da registrada para a parcela mais rica (1,8%).
Eventual aumento do preço desses produtos tende a incentivar outras práticas agrícolas, como a agricultura familiar, que praticamente não utiliza agrotóxicos.
O INPC, índice que mede a inflação para famílias como renda até cinco salários mínimos, subiu 0,87%, maior alta para setembro desde 1995.