Projeto para, supostamente, turbinar o programa não deixa claro como será pago, qual será o valor do benefício e, pela complexidade, pode destruir Bolsa Família, reconhecido e premiado internacionalmente
Hoje, 117 milhões de brasileiros vivem em insegurança alimentar. Destes, 9 milhões se encontram em estado de ‘fome aguda’. Uma trágica situação imposta pela destruição das políticas sociais nos anos recentes, pelo baixo valor do Auxílio Emergencial vigente e pela crise econômica do país
Folga do teto permitiria elevar gastos com programa social, reduziria a miséria, “mas empobreceria os ricos”.
Benefício continuará a ser pago até outubro, em meio a forte queda da popularidade do governo nas pesquisas e manifestações crescentes pelo impeachment.
Jair Bolsonaro quer ampliar programa social do PT e dar aumento a servidores para reverter popularidade em baixa, mas equipe econômica teme estouro do teto de gastos.
Projeto de lei propõe reestruturar o programa impondo uma poupança forçada ao beneficiário – depositada, claro, nos bancos – e que só pode ser sacada caso sua renda caia abaixo de um limite. É a ‘Miséria S.A.’
Políticas públicas de médio e longo prazo são necessárias para combater a insegurança alimentar, problema histórico brasileiro que se agravou com as crises política, econômica e sanitária
Há 1,35 milhão de famílias na fila para entrar no programa
O auxílio beneficiou trabalhadores informais e autônomos, desempregados e pessoas de baixa renda. O programa se encerrou em dezembro de 2020, mas diversos parlamentares têm apresentado projetos para retomar o benefício
“Por que o governo quer alguém da ABIN pegando dados da população pobre?”, diz Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social, defendendo investigação sobre o eventual uso privado e comercial das informações.
Lista voltou ao patamar registrado no fim do ano passado
“Eles estão excluindo e jogando na extrema desgraça – não dá nem pra dizer que é miséria – 15 milhões de famílias, porque você tem hoje 30 milhões de famílias que não têm renda nenhuma e que dependem do auxílio emergencial”, diz Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social da ex-presidenta Dilma