A direita unida ganha do progressismo disperso. Mas o progressismo unido vence a direita unida. Esta parece ser a ideia central da nova estratégia eleitoral do candidato governista chileno, Eduardo Frei. A 25 dias do enfrentamento definitivo nas urnas com o candidato presidencial direitista, Sebastián Piñera, seu comando eleitoral redelineou sua campanha visando atrair urgentemente os votos capazes de cobrir a vantagem do milhonário empresário.
Por Jorge Luna, para a Prensa Latina*
A executiva nacional do PT distribuiu nota em apoio à candidatura de Eduardo Frei, da Concertación, para a eleição à Presidência do Chile no próximo 17 de janeiro. Candidato das forças progressitas e de esquerda, Frei disputará o segundo turno contra Sebastián Piñera, representante da direita.
Na entrada do Museu Nacional de História de Santiago do Chile, uma placa de mármore branco lembra que o edifício foi inaugurado em setembro de 1982 pelo general Augusto Pinochet, na época chefe da junta militar que dirigia o país. Dentro do prédio, a sala mais recente (e uma das mais apertadas) é dedicada ao presidente Salvador Allende, deposto por essa mesma junta em 11 de setembro de 1973, após três anos no poder.
O candidato a presidente do Chile pela coalizão governista Concertación, Eduardo Frei, lançou ontem sua campanha para o segundo turno das eleições e disse que o pleito será uma "disputa valorosa".
Frei conseguiu 29% dos votos na primeira etapa do processo eleitoral, realizada no dia 13. O candidato mais bem colocado foi o opositor Sebastián Piñera, da Coalizão pela Mudança, que angariou 44% das preferências. Os dois voltam a se enfrentar nas urnas no dia 17 de janeiro.
Atual secretário-geral do Partido Comunista chileno e recém eleito deputado, Lautaro Carmona indica que um eventual governo do milionário da direita Sebastián Piñera irá aprofundar a política neoliberal. E que o candidato governista Eduardo Frei deve propor "direções claras e novas" se quiser ganhar no próximo dia 17 de janeiro.
O empresário Sebastián Piñera precisa conquistar 480 mil eleitores se quiser chegar à presidência do Chile no 2º turno, tornando-se o primeiro presidente de direita do país desde a saída do ditador Augusto Pinochet, há 20 anos. No 1º turno, realizado no último domingo, o candidato conservador obteve 44,05% dos votos. Já o voto da esquerda – somando-se os eleitores de Eduardo Frei, Marco Enriquez Ominami e Jorge Arrate – chega a 56%, o que contradiz a teoria de uma tendência direitista no Chile.
A filha do presidente chileno, Salvador Allende, deposto por Augusto Pinochet em 1973, Isabel Allende Bussi, diz que o passado não está superado no país, como sustenta a direita. Isabel foi eleita senadora pela coalizão de centro-esquerda Concertação no domingo. Em declarações, ela avaliou o bom desempenho da direita na eleição.
O Chile foi o único país, dos que tiveram ditaduras militares no cone sul, em que as forças da ditadura se reciclaram para um partido político, reivindicaram o período ditatorial e se constituíram em força quase majoritária, no período democrático. Em todas as eleições, o bloco de partidos neopichetista sempre conseguiu proporção alta de votos, em duas vezes foi derrotado por menos de 5 % dos votos no segundo turno.
Por Emir Sader, no site da Fundação Perseu Abramo
Com 99,42% das urnas apuradas no Chile, o candidato direitista Sebastián Piñera, (44%) enfrentará o candidato da Concertação, Eduardo Frei (29%) no segundo turno. O independente Marco Enríquez-Ominami reuniu 20% dos votos e liberou seus eleitores para votarem em quem desejarem. e o comunista Jorge Arrate teve 6%. Este último disse que não dará um cheque em branco para o segundo turno, mas apoiará Frei, que presidiu o país de 1994 a 2000.
Se, na disputa presidencial, as eleições chilenas não trouxeram muitas alegrias à esquerda, no pleito parlamentar, há sim o que comemorar. O Partido Comunista chileno conquistou uma grande vitória neste domingo, voltando a ocupar espaço no Congresso, após 36 anos de exclusão. Com expressiva votação, o presidente do PC, Guillermo Teillier, e seus colegas de partido Hugo Gutiérrez e Lautaro Carmona foram eleitos para a Câmara dos Deputados.
O marketing fez milagre com Sebastian Piñera. O empresário bilionário – que na eleição de 2005 era uma versão caricatural de si mesmo, e convocou os jornalistas, incluindo a que escreve estas linhas, para um passeio no zoológico enquato falava de seu projeto para o país ao lado dos macacos -, desta vez, azeitou a máquina comunicacional. Vejamos do que de trata.
Por Mercedes López San Miguel, em Página 12.
Após 59, 99% dos votos apurados (4,8 millhões), os números do segundo boletim das autoridades eleitorais do Chile indicavam que deve haver segundo turno entre o candidato da direita conservadora, Sebastián Piñera – que apresentava 44,23% – e o governista Eduardo Frei – até então com 30,5% da preferência do eleitorado.