Memórias dos parentes de agentes da repressão revelam como os tentáculos da ditadura militar no Brasil chegaram às relações familiares.
Por Gabriel Monteiro e Jessica Mota
Na próxima segunda-feira (20), a Comissão da Verdade de São Paulo “Rubens Paiva” realizará uma audiência pública para discutir a situação das ossadas da Vala de Perus e também o “Dia Estadual em Memória dos Mortos e Desaparecidos Políticos”, celebrado no dia 4 de setembro, data em que, em 1990, foi aberta esta conhecida vala clandestina, localizada no Cemitério Dom Bosco, no bairro de Perus, na capital paulista.
Um movimento para se opor às prisões, torturas e assassinatos, foi assim que nasceu a resistência da Guerrilha do Araguaia, movimento do início da década de 1970, que para enfrentou, com sangue, a ditadura militar. Cpmo resposta, os militares fizeram mais de uma campanha para sufocar o movimento.
O premio Nobel da Paz argentino, Adolfo Pérez Esquivel, afirmou, nesta sexta-feira (17), que a morte do ditador Jorge Rafael Videla encerra um ciclo da história da nação e “vai além de Videla, é uma política que se implementou em todo o país e na América Latina”.
A jornalista argentina Stella Calloni, define a Operação Condor como o pacto criminoso entre os governos militares da década de 1970 de Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai que deixou como saldo mais de 100 mil vítimas no Cone Sul. Suas vítimas foram os dirigentes sindicais, estudantis, professores, jornalistas, religiosos/as, os seguidores da Teologia da Libertação, advogados, médicos, cooperativistas, intelectuais, ou seja, a classe pensante da América Latina.
Por Martín Almada
"O inferno é pouco", definiu o jornal argentino Página 12, sobre a morte do ditador Jorge Videla; responsável por milhares de assassinatos, pelos quais foi condenado a prisão perpétua, Videla morreu de causas naturais aos 87 anos, na Penitenciária Marcos Paz; ele próprio admitiu a responsabilidade pelas "mortes e desaparecimentos de entre 7 mil e 8 mil pessoas" durante seu governo.
O documentário "1964 – Um golpe contra o Brasil", produzido pelo Núcleo de Preservação da Memória Política e dirigido pelo jornalista Alipio Freire, será exibido pela TV Alesp no próximo sábado, 18 de maio, às 23:30 horas, pela TV Assembleia (canais 66 da TVA e 13 da NET). O Filme abre caminho para a memória dos 50 anos do golpe militar.
Violência repressiva, privatização e a reforma universitária que fez uma educação voltada à fabricação de mão-de-obra, são, na opinião da filósofa Marilena Chauí, professora aposentada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, as cicatrizes da ditadura no ensino universitário do país.
O filme de Camilo Tavares leva para casa o Prêmio Especial do Juri em Festival em New York – 29° Long Island Film Festival. Em O Dia que Durou 21 Anos, Tavares reúne imagens e documentos que comprovam o apoio do governo norte-americano ao regime militar no Brasil.
Por Mário Magalhães, Revista Bravo!
Foi o que declarou a Victória Lavínia Grabois, filha de Maurício Grabois, ao falar sobre a luta pela verdade no Brasil e o sentimento de impunidade que ainda vigora pelo país. Segundo ela, "precisamos entender que se hoje convivemos com altos índices de violência, uma das principais causas é a impunidade, assim, não podemos virar essa página da história sem entender o que foi a Ditadura no Brasil ".
Joanne Mota, da Rádio Vermelho com A RadioAgência Nacional
Segundo a nova coordenadora da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Maria Cardoso, as Forças Armadas continuam desafiando as investigações de crimes cometidos por agentes de Estado no período da ditadura militar. A comissão completa nesta quinta-feira (16) um ano de funcionamento, mas ainda com dificuldades de acesso a valiosos arquivos da repressão.
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou cinco agentes da ditadura militar pelo sequestro e desaparecimento do jornalista Mário Alves de Souza Vieira, militante político detido ilegalmente em 16 de janeiro de 1970.