Se Eduardo Cunha não pode ir até a Câmara, a Câmara vai até Eduardo Cunha. A fórmula posta em prática nesta terça-feira (21) custou o cargo de diretor-executivo de Comunicação Social da Câmara para o jornalista Cláudio Lessa. Ele foi exonerado pelo presidente em exercício da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), no mesmo dia em que a TV Câmara transmitiu, ao vivo, uma entrevista de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) diretamente de um hotel em Brasília.
Na sanha de ouvir alguma “bomba” do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), talvez sobre o ex-presidente Lula ou sobre a presidenta eleita Dilma Rousseff, parte da grande mídia deu uma pausa em sua programação na tarde desta terça-feira (21) para fazer a transmissão, ao vivo, da coletiva marcada por Cunha, para expor sua defesa. A coletiva ocorreu no Hotel Nacional, em Brasília.
O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), não esconde que os tucanos rifaram o peemedebista Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados. Aliado na articulação do golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, Cunha é considerado carta fora do baralho para o PSDB, que já discute quem vai sucedê-lo.
“Não renunciei e não tenho o que delatar por que não tenho crime praticado”, declarou o presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (21), no Hotel Nacional, em Brasília. Cunha , que está com o mandato suspenso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), não pode frequentar a Câmara.
Afastado da presidência da Câmara dos Deputados e com o mandato suspenso após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) convocou entrevista coletiva nesta terça-feira (21) para dizer que o seu direito de defesa é cerceado. Cunha usou a TV Câmara, ao vivo, por mais de 1 hora para dar explicações. Na semana passada, o Conselho de Ética aprovou parecer que pede a cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar ao ter mentido sobre não ter contas secretas no exterior.
A Receita Federal determinou o pagamento de multa de cerca de R$ 100 mil pelo presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), devido a gastos superiores aos rendimentos declarados em 2010.
Foi publicado nesta quinta-feira (16), no Diário da Câmara dos Deputados, o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que recomenda a cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por quebra de decoro. Cunha terá prazo de cinco dias úteis, a contar desta sexta-feira (17), para recorrer da decisão à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Por *Arruda Bastos
As denúncias contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nas investigações da Lava Jato são recorrentes quando avaliamos a sua trajetória política. Em dezembro de 1998, Leonel Brizola, então presidente do PDT, rechaçou publicamente Anthony Garotinho, na época governador do Rio e filiado à leganda, de nomear Cunha para a Secretaria da Habitação. Ele organizou um abaixo-assinado entre os militantes do PDT para pressionar Garotinho.
Após o mais longo processo da história do Conselho de Ética da Câmara, o presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem seu destino político traçado por seus pares no Parlamento.
Durante Audiência Pública em defesa da democracia na Assembleia Legislativa da Paraíba, em João Pessoa, nesta quarta-feira (15), a presidenta eleita Dilma Rousseff disse que as delações da Lava Jato reforçam a denúncia de que o objetivo do impeachment era evitar que as investigações atingissem integrantes da cúpula do PMDB. A declaração de Dilma foi feita ao ser indagada sobre a delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que cita propina ao Michel Temer (PMDB).
Após ter sido aprovado o parecer do Conselho de Ética pedindo a cassação do presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta terça-feira (14), depois do mais longo processo a tramitar no colegiado, o plenário da Câmara dos Deputados tem a obrigação de aprovar o parecer e cassar o ex-presidente da Casa.