Há dois anos e meio, no Egito, um poderoso levantamento popular obrigou a Casa Branca a deixar cair um dos seus mais fiéis ditadores de serviço na região. Mas Washington tudo fez para não deixar "cair na rua" o "seu" poder econômico e militar no Egito.
No Egito, a Coalizão Nacional para a Defesa da Legitimidade convocou novas manifestações para esta sexta-feira (23), com o fim de rechaçar o “golpe militar”, como classificam a destituição do presidente Mohamed Mursi pelo Exército, em 3 de julho. Ainda nesta quinta-feira (22), as forças de segurança do governo interino detiveram mais um membro da Irmandade Muçulmana, à qual Mursi pertence.
Ei-lo, o novo faraó egípcio, Pinochet Sisi, em toda sua glória e fausto. Legendas são supérfluas. É o general Abdel Fattel al-Sisi em seu momento Óscar: no discurso de agradecimento aos produtores-patrocinadores. Quando menciona “a Arábia Saudita”, a plateia vai ao delírio. Quando menciona o [rei] “Abdullah”, a plateia vai ao delírio.
Por Pepe Escobar*, no Asia Times
O Exército do Egito decidiu, nesta quarta-feira (21), pela prisão domiciliar do ex-presidente Hosni Mubarak, após um tribunal ter aceitado o pedido de liberdade condicional, em um caso sobre enriquecimento ilícito, informou o governo interino.
Chefe da diplomacia saudita, o príncipe Saud al-Faisal respondeu às retóricas dos Estados Unidos e da União Europeia sobre a eventual suspensão do apoio ao Egito, após a escalada da violência entre policiais, Exército e manifestantes, desde a destituição do presidente Mohammed Mursi, no começo de julho. A Arábia Saudita, segundo o príncipe, vai cobrir financeiramente o desfalque causado por qualquer sanção.
Por Moara Crivelente, da redação do Vermelho
Um tribunal egípcio ordenou a libertação de Hosni Mubarak, dando razão à defesa que considerava ultrapassado o tempo de prisão preventiva. Segundo um advogado, o ex-presidente poderá sair da prisão já nesta quinta-feira (22), e as informações são da emissora britânica BBC, difundidas nesta quarta-feira (21).
Em entrevista à Carta Maior, publicada nesta segunda-feira (19), o porta-voz da Irmandade Muçulmana em Londres, Mona Al-Qazzaz, fala sobre a situação política no Egito e sobre a repressão militar contra os manifestantes, que querem a volta do presidente deposto Mohammed Mursi.
Mohamed Badie, guia espiritual da Irmandade Muçulmana egípcia, foi detido nesta segunda-feira (19), em meio a uma escalada repressiva castrense contra manifestações convocadas por essa organização islamita, informou nesta terça-feira (20) a televisão nacional. Seu filho foi morto durante confronto entre os islamitas e a polícia na sexta (16), que foi chamada pela entidade de "dia da fúria".
Algumas imagens do Cairo parecem as de uma cidade em guerra. Depois da violência desatada na passada quarta-feira (14), que deixou mais de 600 mortos e três mil feridos, a tensão não diminuiu. Em um país polarizado, é difícil predizer com certeza o que acontecerá nos próximos dias ou semanas.
Por Dalia González Delgado*, no Granma
Mohamed El-Baradei, que integrava o governo interino do Egito como vice-presidente de Adly Mansour, deixou o Cairo, capital do país, nesta segunda-feira (19), alguns dias depois de pedir demissão, com destino à Áustria. El-Baradei recusou-se a fazer declarações a jornalistas no aeroporto sobre as suas razões para partir, ou sobre a duração da viagem. O ex-vice-presidente ocupou o cargo por apenas um mês, após a deposição do presidente Mohammed Mursi pelo Exército, em 3 de julho.
A União Europeia (UE) afirmou neste domingo (18) que vai rever as relações que mantém com o Egito. Desde quarta-feira (14) o país é marcado por confrontos violentos entre as forças de segurança e manifestantes pró-governo interino contra manifestantes pró-Mohammed Mursi, o presidente deposto pelo Exército em julho. O número de mortos já chega a 750, segundo um balanço não oficial.
Conforme informações do portal de notícias Global Post, o Egito tem sido um dos maiores receptores de itens militares dos EUA, desde aviões F-16 até bombas de gás lacrimogêneo. Portanto, o portal reuniu em uma lista as 10 companhias que mais estão lucrando com a atual crise e intensificação da violência interna no país, entre o Exército e apoiadores do governo interino e os apoiadores do presidente deposto em julho pelo Exército, Mohammed Mursi.