O governo interino do Egito apresentou nesta segunda-feira (21) sua renúncia ao Conselho Supremo das Forças Armadas, orgão efetivamente no poder desde a derrubada do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro deste ano. O anúncio foi feito pelo porta-voz Mohamed Hijazi, em declaração reproduzida pela agência de notícias do país Mena. O porta-voz afirmou que a renúncia resulta das “circunstâncias difíceis que o país enfrenta atualmente”.
O ministro da Cultura do Egito, Emad Abu Ghazi, disse nesta segunda-feira (21) que apresentou sua "renúncia definitiva" por conta "dos fatos dos dois últimos dias na praça Tahrir do Cairo", onde pelo menos 26 pessoas morreram nos últimos dias em enfrentamentos entre manifestantes e forças de segurança.
Choque entre manifestantes e policiais voltaram a acontecer nesta segunda-feira (21) nos arredores da praça Tahrir, no Cairo. Egípcios que protestam contra a permanência da junta militar no governo do país continuam acampados no local, símbolo dos protestos que derrubaram o regime de Hosni Mubarak, após 30 anos no poder, em fevereiro.
A tensão prevalece neste domingo (20) no Egito, após confrontos de rua entre manifestantes e policiais que deixaram dois mortos, obrigando o governo a congelar sua pretensão de mudar a Constituição antes das próximas eleições.
Mais de 50 mil egípcios compareceram nesta sexta-feira (18) à praça Tahrir, no Cairo, Egito, para pressionar a Junta Militar, que assumiu o controle do país em fevereiro após a queda do ditador Hosni Mubarak, a promover a transferência do poder para um governo civil.
Buthaina Kamel, apresentadora de televisão, de 49 anos, é a primeira mulher a disputar a Presidência na história moderna do Egito.
Por Adam Morrow e Khaled Moussa al-Omrani
O ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro do Egito, Hazem El Beblawi, pediu demissão nesta terça (11), depois de ser alvo de pressão popular por causa dos confrontos entre cristãos e policiais no último fim de semana. Beblawi renunciou ao cargo, mas não deu detalhes sobre a decisão.
As autoridades egípcias decretaram neste domingo (9) à noite um toque de recolher no centro do Cairo, após 24 pessoas terem morrido durante enfrentamentos entre manifestantes cristãos (coptas) e forças de segurança, anunciou a televisão pública. O toque de recolher foi imposto durante a madrugada e suspenso às 7h (2h de Brasília).
Milhares de egípcios se reuniram hoje na capital Praça Tahrir para exigir dos militares que transfiram o poder a civis, enquanto personalidades políticas pedem a antecipação das eleições presidenciais, ainda que tenham divergências sobre o calendário.
A Junta Militar que governa o Egito tarda em transferir o poder para os civis e não tomou nenhuma medida favorável às massas, acusa o Partido Comunista do Egito (PCE) em comunicado divulgado um dia depois de as autoridades terem desalojado violentamente o povo acampado na Praça Tahrir.
Partidos políticos de todo o espectro ideológico ameaçaram boicotar as próximas eleições no Egito, a partir de novembro, caso a junta militar que governa o país não altere a lei eleitoral.
Professores das escolas públicas de todo o Egito iniciaram uma greve geral dia 17 de setembro – quando começa o ano letivo no país – reivindicando, entre outros pontos, melhores salários, um plano de reforma do ensino, mais verbas para a Educação e o expurgo de funcionários envolvidos em corrupção.