Enviados para o Egito para a cobertura da crise política no país, o repórter Corban Costa e o repórter cinematográfico Gilvan Rocha, da TV Brasil, foram presos, vendados e tiveram passaportes e equipamentos apreendidos. Desde quarta-feira (2), Corban e Gilvan ficaram presos em uma sala, sem janela nem água, com apenas duas cadeiras e uma mesa, em uma delegacia do Cairo.
O Conselho Mundial da Paz divulgou nota, nesta quinta-feira (3), na qual saúda o povo egípcio e condena os ataques armados contra os manifestantes que há dez dias tomaram as ruas em um protesto até então pacífico contra o governo do presidente Hosni Mubarak . A entidade solicita a "suspensão imediata das provocações por parte da polícia ou da milícia armada dos partidários do antigo regime".
Qualquer cidadão brasileiro que se informe pelos tradicionais meios de comunicação, principalmente a televisão, tem opinião formada, e contrária, naturalmente, a Hugo Chávez, Mahmoud Ahmadinejad e Fidel Castro. Eles fazem parte do eixo do mal que os Estados Unidos difundiram aos quatro cantos, contando com a docilidade da imprensa que lhe serve de porta-voz.
Por Mair Pena Neto, no Direto da Redação
A hegemonia do capitalismo no mundo se assentou na industrialização, que promoveu sua superioridade econômica, com todos os seus outros desdobramentos – tecnológicos, culturais, políticos. Esse processo se apoiou centralmente no petróleo como fonte energética, sem que a Europa ocidental – seu núcleo original – pudesse contar com petróleo.
Por Emir Sader, em seu blog
Os confrontos entre manifestantes contrários e favoráveis ao governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak, continuaram na última madrugada pelas ruas na capital egípcia, o Cairo. É o décimo dia de protestos no país. A violência é intensa. Só nesta manhã (03), quatro pessoas morreram vítimas de tiros disparados, elevando para sete o número de mortos nas últimas 24 horas.
A Frente em Defesa do Povo Palestino , que reúne mais de 50 instituições, entre centrais sindicais, movimentos sociais e entidades árabes-brasileiras e islâmicas, além de indivíduos solidários à causa, realiza na próxima sexta-feira (4/2) ato em apoio ao movimento popular no Egito contra a ditadura Mubarak e a favor da autodeterminação dos povos. A concentração será em frente ao Shopping 25 de Março, a partir das 16h30, para saída em passeata pelas ruas do centro de São Paulo.
A onda de protestos no Egito é laica e, mesmo que resulte na mudança política que os manifestantes reivindicam, "não deteriorará a situação dos cristãos que vivem no país", afirmou nesta quarta-feira (2) o especialista em demografia Youssef Courbage.
O chanceler cubano Bruno Rodríguez repudiou nesta quarta-feira (2) a ingerência que, em sua opinião, Washington pratica no conflito social e político vivido pelo Egito, e pediu que a crise seja solucionada de forma "pacífica e soberana".
O PCP expressa a sua solidariedade aos trabalhadores e ao povo do Egito em luta pelos seus direitos sociais e laborais, pela justiça social, a democracia e a liberdade. Condena veementemente a repressão que, às ordens do governo de Hosni Mubarak, foi e continua a ser direcionada contra os trabalhadores e o povo em luta e presta a sua homenagem aos cerca de 100 cidadãos egípcios mortos pela violência de Estado.
A manifestação com mais de 2 milhões de pessoas, nesta terça-feira (01/02) na Praça da Libertação, no centro de Cairo, deu uma demonstração de força contra o governo do presidente Hosni Mubarak. Porém, mais do que derrubar Mubarak, os manifestantes dizem buscar uma nova era para o país, com mais democracia e desenvolvimento. Veja as imagens desta terça e sinta-se também parte dos protestos caracterizados, por muitos, como a revolução egípcia.
O duelo entre o presidente egípcio Hosni Mubarak e a população que exige sua renúncia desde a semana passada enfrenta nesta terça-feira um teste decisivo, com a convocação de protestos que pretendem reunir um milhão de pessoas.
Os tanques egípcios, os manifestantes em delírio sentados sobre eles, as bandeiras, os 40 mil manifestantes lacrimejando e gritando vivas na Praça da Liberdade e rezando à volta dos tanques, um membro da Fraternidade Muçulmana sentado entre os ocupantes do tanque.
Por Robert Fisk, em The Independent
Tradução: coletivo Vila Vudu