Os negociadores do diálogo em Honduras anunciaram nesta quarta-feira (14) que "consensuamos um texto sobre o ponto 6" do Pacto de San José", que trata da recondução do presidente eleito, Manuel Zelaya. Ainda é preciso o aval do usurpador Roberto Micheletti, que refuga. Mas tudo indica que é o começo do fim do golpe de 28 de junho. Caso se confirme, será um gol de placa da democracia na América Latina: gol de Zelaya, numa jogada onde o Brasil teve um papel chave.
Por Bernardo Joffily
As equipes de negociadores em busca de uma saída para a crise política em Honduras alcançaram, nesta quarta-feira (14), um acordo sobre o retorno ao poder do presidente deposto, Manuel Zelaya. A informação foi divulgada pela Telesur. O tema da restituição era o mais polêmico no diálogo, uma vez que os golpistas se negavam a aceitar o regresso do presidente legítimo. O texto do consenso, porém, ainda não foi divulgado, pois ainda está sendo analisado por Zelaya e o ditador Roberto Micheletti.
A Frente Nacional de Resistência contra o Golpe der Honduras emitiu, nesta terça-feira (13), um comunicado, no qual justificativa a saída de seu representante, Juan Barahona, da mesa de diálogo entre o presidente deposto, Manuel Zelaya, e os golpistas. Na nota, o grupo afirma que não quis se submeter a uma manobra do governo de fato para inviabilizar um acordo, mas que está em sintonia com Zelaya e continuará nas ruas, defendendo a restituição do presidente e a convocação da Constuinte.
A dissonância surgida entre o líder da Resistência Contra o Golpe de Estado, Juan Barahona, e Manuel Zelaya, quanto à permanência ou não da reivindicação por uma Assembleia Constituinte durante as reuniões com representantes dos golpistas, demonstrou que dificilmente o movimento abdicará dessa bandeira.
Por Andres Papousek, no Opera Mundi
A quarta reunião de diálogo em Honduras terminou nesta terça-feira (13) com acordo em 90% dos pontos propostos pelo Acordo de San José. Mas o que resta de divergência é o ponto crucial: a recondução ao cargo do presidente Manuel Zelaya, que entrou em debate, devendo ser o tema desta quarta-feira (14).
Ponto mais delicado da crise política em Honduras, a restituição do presidente deposto Manuel Zelaya deve ser debatida nesta terça-feira (13), quando representantes do líder deposto e do governo golpista de Roberto Micheletti reunirem-se na mesa de negociação para dar continuidade ao diálogo. Zelaya, contudo, estava pessimista quanto ao novo encontro.
A chanceler do governo deposto de Honduras, Patrícia Rodas, pediu, nesta segunda-feira, na ONU que a comunidade internacional, especialmente os EUA, aplique mais sanções econômicas contra o país caso Manuel Zelaya não seja restituído na Presidência até 15 de outubro, mais recente data definida como limite para a negociação com o governo de fato, liderado por Roberto Micheletti.
Ocupada há 22 dias por Manuel Zelaya, a ampla casa residencial onde está instalada a Embaixada do Brasil em Honduras já viveu dias mais idílicos: por dois anos e meio, entre 1982 e 1985, lá morava o embaixador e poeta João Cabral de Melo Neto (1920-1999). Foi uma passagem literariamente discreta. Diferentemente de Sevilha e Recife, as cores locais não inspiraram poemas.
Se me fosse dada a opção de escolher o currículo de formação de novos jornalistas, eu optaria por colocá-los para estudar História. Não dá para ver o golpe em Honduras fora de seu contexto econômico e histórico internacional.
Por Luiz Carlos Azenha, no blog Vi o Mundo
Em mais uma medida inconstitucional, a ditadura de Honduras emitiu um decreto neste final de semana permitindo que os meios de comunicação do país sejam fechados caso estejam difundindo conteúdo que coloque em perigo a “segurança nacional”. Segundo eles, deve ser fechado qualquer veículo que incite o ódio e a violência entre os cidadãos
As forças sob comando dos golpistas reprimiram com violência nesta sexta-feira (9) um protesto que reuniu centenas de seguidores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, diante do hotel onde estão acontecendo as negociações para tentar encerrar a crise política no país.
O governo de fato de Honduras e o presidente deposto Manuel Zelaya completaram nesta sexta-feira (9) três dias de diálogo, sem avanços na busca de uma saída para a crise política em Honduras. O otimismo dos diplomatas que acompanham as conversações no Hotel Carion é moderado. John Biehl, assessor do chefe da OEA, Miguel Insulza, pede confiança no diálogo mas admite que "corremos contra o tempo".