No dia 12 de maio de 2016, a presidente Dilma Rousseff foi afastada provisoriamente do cargo com a instalação do processo de impeachment que, três meses depois, culminaria com a posse de seu vice, Michel Temer. A agonia do governo foi acompanhada de perto pelos brasileiros que, contra ou a favor da permanência de Dilma no poder, grudaram seus olhos nas telas de TV e páginas de jornal em busca de mais detalhes dos acontecimentos.
O pedido de demissão do ministro Geddel Vieira Lima está longe de estancar a crise do governo golpista de Michel Temer (PMDB). Isso porque dias antes de deixar o governo, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero gravou conversas com Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, e com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que comprovariam as suas denúncias de pressão para prevaricar e atender aos caprichos de Geddel.
Por Dayane Santos
A presidenta eleita Dilma Rousseff concedeu entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor do Brasil 247, nesta segunda-feira (21), em Porto Alegre. Para ela, os seis meses do governo de Michel Temer (PMDB) demonstram que “venderam gato por lebre”. Ela condena o discurso de Temer de que recebeu uma herança maldita, mesmo depois de seis meses no governo. "Esse discurso não se sustentará".
O cantor e compositor baiano Caetano Veloso define o impeachment de Dilma Rousseff como um "retrocesso" em entrevista ao jornalista Julio Maria, do Estado de S. Paulo, publicada nesta sexta-feira (11).
Enquanto propaga a tese de que o governo da presidenta Dilma Rousseff “quebrou o Brasil”, o governo de Michel Temer (PMDB) editou uma medida provisória, publicada nesta quinta-feira (3) no Diário Oficial, para liberar R$ 82 milhões para a Câmara dos Deputados, o Superior Tribunal de Justiça, a Justiça Federal, a Justiça Militar da União, a Justiça do Trabalho e a Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
Em entrevista ao Brasil 247, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, hoje advogado da presidenta Dilma Rousseff, afirma que a prisão de Eduardo Cunha fortalece os argumentos da defesa no processo que questiona, no Supremo Tribunal Federal, o mérito do impeachment.
Durante o lançamento do livro É Golpe, sim!, nesta segunda-feira (17), no auditório do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), o ex-ministro da Justiça e advogado defensor de Dilma durante o processo de impeachment, José Eduardo Cardozo, afirmou que, apesar da elite se incomodar com a palavra, não há dúvida de que o que aconteceu no Brasil foi um golpe.
“Lewandowski não é o primeiro ilustre jurista a confirmar o golpe parlamentar contra a ex-presidente eleita democraticamente. Agora eu pergunto: e vai ficar por isso mesmo?”
Por *Arruda Bastos
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, terminou sua aula de segunda-feira (26), na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, lamentando o processo de impeachment, que definiu como “um tropeço na democracia” brasileira (ouça ao fim do texto). E emendou lembrando que no Brasil isso ocorre em ciclos de 25, 30 anos, deixando uma esperança: “Quem sabe vocês jovens consigam mudar o rumo da história”.
O presidente Michel Temer deixou escapar um “segredo” em discurso para empresários e investidores nos EUA: o impeachment de Dilma Rousseff ocorreu para implementar um plano de governo radicalmente diferente do que foi votado nas urnas em 2014, quando o PT ganhou a presidência pela quarta vez, e não por irregularidades praticadas pela ex-presidente.
Por Inacio Vieira, do Intercept Brasil
A crise política não deprime, ao contrário, energiza a população a ir para as ruas, afirmou na sexta-feira (16) a psicanalista Maria Rita Kehl, ao analisar a conjuntura política do país. “Ainda é difícil saber, tem uma grande desilusão com um projeto de um lado e uma grande derrota do outro, mas eu não sei se necessariamente essa derrota é depressiva”, afirmou.
Ao participar de uma plenária com representantes das centrais sindicais no Estado em Porto Alegre, nesta sexta-feira (16), o senador Paulo Paim (PT) fez duras críticas ao conjunto de reformas em discussão no Congresso que preveem a retirada de direitos para os trabalhadores. Segundo ele, esta agenda conservadora é a “fatura” do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “O golpe foi dado. Alguém patrocinou e quem patrocinou está cobrando a conta”, disse Paim.